O ex-secretário de saúde do Tocantins Edgar Tolini virou alvo de investigação da Polícia Federal (PF) sob suspeita de usar aviões contratados pelo governo estadual para viavens pessoais e de receber propinas pagas pelo aluguel da unidade em que funcionou o hospital de covid-19.
O prejuízo apontado pela PF é de R$ 13,7 milhões aos cofres públicos.
Uma operação, denominada “Voo de Ícaro”, foi deflagrada nessa 3ª feira (19) e promoveu a busca e apreensão de documentos em endereços de Tolini, da esposa e do sogro dele em Palmas e Goiânia.
O médico Edgar Tolini foi secretário de Saúde do Tocantins durante o governo de Mauro Carlesse (Agir), que renunciou ao cargo para em meio a denúncias de corrupção e possível impeachment.
Antes, ele também comandou a Saúde Municipal de Aparecida de Goiânia entre 2017 e 2018, sob o ex-prefeito Gustavo Mendanha (Patriota).
Investigação sobre Edgar Tolini
A investigação sobre Tolini começou quando um servidor público denunciou à PF que aeronaves contratadas pelo governo, inclusive UTIs aéreas, estariam sendo utilizadas pelo secretário para viagens de Palmas a Goiânia (GO) durante os fins de semana.
O servidor ainda afirmou que parte do dinheiro pago pelo aluguel do Hospital de Campanha da Covid-19 estaria sendo desviado como propina para gestores estaduais.
Com essas informações, a PF passou a monitorar o uso das aeronaves e produziu um relatório mostrando viagens de Toloni e da esposa.
“No caso vertente, existem consistentes elementos de informação que permitem inferir que o investigado Luiz Edgar Leão Tolini tenha utilizado aviões que prestam serviço para o Estado do Tocantins, para uso pessoal, bem como, de que estaria lavando dinheiro por meio da construção de uma residência em um condomínio em Goiânia, com o indispensável auxílio de sua esposa, Thaís de Carvalho Costa, e de seu sogro Geraldo de Carvalho”, diz trecho da decisão judicial que autorizou a busca e apreensão promovida pela PF.
Além disso, o juiz também determinou a quebra do sigilo bancário, sequestro de bens móveis e imóveis dos três investigados, até o valor do prejuízo investigado, e o recolhimento do passaporte de ambos para evitar fuga do país.
A reportagem ainda tenta contato com a defesa do investigado e o espaço segue aberto para qualquer manifestação.
Nota da Brasil Vida Táxi Aéreo, empresa contratada pelo Governo do Tocantins
“A Brasil Vida esclarece que não é investigada na operação da Polícia Federal e que forneceu uma cópia dos seus servidores de forma a colaborar com as investigações policiais.
Esclarece ainda que todos os voos foram realizados mediante solicitação do Governo do Tocantins, com base em contrato firmado com o referido Ente, e com a emissão das devidas notas fiscais. A empresa continua à disposição para colaborar com as investigações.”
Nota da Secretaria de Estado da Saúde
“Acerca da Operação Policial deflagrada na manhã desta terça-feira (19) sobre supostas fraudes em contratos para transporte aéreo na Saúde do Tocantins, que cita um ex-gestor da Pasta, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) informa que até o momento a Pasta ou seu atual gestor não foram demandados pela justiça sobre o assunto.
A SES-TO afirma que está à disposição das autoridades para prestar eventuais esclarecimentos pertinentes à Pasta. Por fim, a SES-TO reafirma o compromisso da gestão pelo zelo na prestação dos serviços públicos de saúde à população tocantinense.”
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