Após declaração infeliz, prefeitura de Carlos Barbosa, município gaúcho, publica retratação. A repercussão da fala xenofóbica do prefeito Fernando Xavier da Silva (PDT), proferida no dia 31 de março em tradicional festival gastronômico da Serra Gaúcha, chegou até a Procuradoria Geral de Justiça do Rio Grande do Sul.
O comunidado enviado pelo promotor de Justiça goiano Marcelo André de Azevedo para Eduardo de Lima Veiga, procurador-geral de Justiça gaúcho, apresenta possível prática do crime previsto na lei de número 7.716/1989, artigo 20, parágrafo 2º.
Leia retratação na íntegra:
“Peço desculpas pelo ocorrido. Nunca houve maldade em meu discurso e não foi intenção ofender qualquer cidadão, de qualquer lugar do País. O que quis dizer é que se as pessoas quiserem vir pra cá, podem vir que serão bem recebidas. Minhas colocações foram na intenção de expor que as pessoas venham com condições de se manter, com qualificação, para facilitar a conquista de um emprego, para que vivam com dignidade, porque o custo de vida é muito alto aqui. Não posso concordar em ver qualquer cidadão passando necessidades, me dói muito isso. Eu sei o que é passar por dificuldades. Paguei aluguel por 21 anos antes de conseguir financiar minha casa. Me entristece ver algumas famílias que vem pra cá em condições de vulnerabilidade social, passando enormes dificuldades. Isso que eu gostaria de evitar, o sofrimento destas pessoas. O Município tenta ajudar o máximo possível, mas temos nossas limitações, e nunca conseguimos auxiliar o suficiente. Como de costume, minhas falas são sempre espontâneas, nunca faço uso de discursos escritos. Estou muito abalado pela proporção que teve uma fala “atrapalhada”, mas sem má fé. Humildemente reafirmo em público minhas escusas pelo ocorrido e manifesto meu forte apreço pelo povo de qualquer lugar do Brasil, especialmente aos baianos e goianos, citados equivocadamente e de forma infeliz por mim”.
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