Há uma semana, o caso de Ramon Souza Pereira, de 30 anos, chocava o povo goiano.
Motorista de aplicativo, ele é suspeito de ter assassinado e ateado fogo em suas filhas, Cecília e Mirielly, de 4 e 8 anos, em uma estrada na zona rural de Santo Antônio de Goiás, a 28 quilômetros de Goiânia.
Segundo a investigação, Ramon teria cometido o assassinado das filhas após ter descoberto sua esposa com outro homem.
Confira a cronologia do caso Ramon
No dia 22, por volta das 16 horas, Ramon flagrou a esposa com outro homem em Goianira.
A polícia apurou que o suspeito colocou um rastreador no carro da esposa e a localizou.
Ao ver a cena, ele agrediu a mulher com socos e pontapés.
O homem, que estava com a esposa de Ramon, é pastor da igreja Assembleia de Deus Sombra do Onipotente.
Ele, ao ver a confusão, sobe na moto e foge do local.
O alvoroço continua. Ramon discute com a companheira e comete novas agressões.
Em seguida, ele deixa o local usando o veículo da esposa, que estava com a chave na ignição.
Por volta das 16h40, Ramon busca sua filha Cecília, de 4 anos, em um CMEI.
Próximo dali, ele pegou sua outra filha, Mirielly, de 8, na escola particular Athos.
Após ter comprado galão com gasolina e uma faca, o pai das duas meninas levou as crianças para a zona rural de Santo Antônio de Goiás.
Suspeito liga para o sogro antes de cometer o crime
Conforme a investigação, o suspeito ligou para o sogro, que gravou a conversa.
Nos áudios, é possível escutar Ramon culpando a sua esposa pelo crime que estava prestes a cometer.
Ainda na gravação era possível ouvir as duas garotinhas no fundo chorando e dizendo que o pai estava colocando álcool no carro.
Ramon Souza desliga o telefone e mata à facadas Cecília e Mirielly.
Na sequência, ele ateou fogo no veículo com as crianças dentro.
Próximo às 20h, o fazendeiro Edmir Batista acionou a Polícia Militar (PM) ao encontrar o carro ainda em chamas.
Em depoimento, Edmir disse parte do corpo de uma das vítimas estava para fora do carro e que era possível ver as pernas e os sapatos.
Cerca de 70 policiais e GCM’s fizeram buscas na região.
Ele foi encontrado e preso às 15h30 do dia seguinte, 23, à beira de uma represa.
Ramon estava com ferimento profundo na garganta devido à tentativa de suicídio.
Ele fez um corte de cerca de 3 centímetros e perdeu muito sangue.
Por isso, ele foi encaminhado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, posteriormente, foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).
No dia 26, Ramon recebeu alta da UTI e foi interrogado pelos delegados Marcus Cardoso e Humberto Teófilo.
O suspeito, instruído pela sua advogada, permaneceu em silêncio durante todo o interrogatório.
Os delegados responsáveis pelo caso acreditam que há provas suficientes para realizar o indiciamento de Ramon Souza por duplo homicídio qualificado.
Ainda em 26 de maio, as irmãs Mirielly Gomes Souza e Cecília Gomes Souza tiveram seus corpos velados e sepultados.
A despedida foi realizada sob forte comoção no setor Gentil Meireles, em Goiânia.
Já o sepultamento das meninas aconteceu no Cemitério Municipal Jardim da Saudade, no Parque Buritis, na cidade de Trindade.
Em 29 de maio, Ramon deixa o Hugo e é encaminhado para o Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, onde está em uma cela isolada.
Nessa 3ª feira, 30, a defesa do suspeito entrou com um pedido de habeas corpus, 8 dias após o crime.
Segundo a advogada de Ramon, Larisse Pimentel, a justificativa da medida judicial é de que ele possa responder ao processo em liberdade.
Ela explicou que a defesa requisitou relaxamento da prisão em flagrante devido a sua ilegalidade, realizada pela Guarda Municipal Metropolitana (GCM).
Larisse também argumentou que Ramon não possui passagens prévias à polícia, deixando de apresentar perigo para a sociedade.
Em caso de negativa do pedido de habeas corpus, a advogada afirmou que irá recorrer ao Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
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