Lázaro Barbosa chamou a atenção do Brasil inteiro por cerca de 2 meses, em 2021, após cometer crimes violentos no interior de Goiás.
No dia 28 de junho de 2021, a busca pelo serial killer chegou ao seu fim após uma troca de tiros com policiais.
Foram 20 dias de operação na região de Cocalzinho de Goiás, a 133 quilômetros de Goiânia, que encerraram a onda de crimes de Lázaro.
Como teve início o caso Lázaro
As buscas por Lázaro Barbosa começaram oficialmente no dia 9 de junho, em Ceilândia, no entorno do Distrito Federal.
Apesar disso, desde o dia 27 de abril as ações do serial killer já começavam a chamar a atenção da polícia.
Lázaro foi indiciado por crimes de roubo mediante restrição de liberdade das vítimas e uso de arma de branca por tentativa de latrocínio.
Na ocasião, ele invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto e golpeou um idoso com um machado.
Ainda em abril, ele foi listado como suspeito de invadir uma casa no Sol Nascente, Distrito Federal, onde trancou pai e filho num quarto antes de estuprar uma mulher num matagal.
A lista de crimes que motivaram as buscas inclui ainda o assassinato a tiros e a facadas de 4 pessoas da mesma família, em Ceilândia (DF), em 9 de junho.
Lázaro foi apontado como principal suspeito do sequestro de Cleonice Marques de Andrade, encontrada morta à beira de um córrego nas proximidades.
Ele ainda teria sido responsável por fazer uma família inteira refém, na região de Cocalzinho, onde trocou tiros com a polícia.
Antecedentes criminais de Lázaro
Lázaro Barbosa nasceu em Barra Mendes, na Bahia, a 530 quilômetros de Salvador.
Aos 20 anos, respondeu por um homicídio na cidade natal.
Em 2011, recebeu a primeira condenação por estupro, já atuando em Ceilândia.
Em 2018, chegou a ser preso após ser alvo de 3 mandados de prisão por homicídio, porte de arma de fogo, roubo e estupro.
Apesar da prisão, ele conseguiu fugir e foi listado como procurado no Distrito Federal e em Goiás.
Buscas e repercussão nacional
O caso ganhou repercussão nacional.
Mais de 270 policiais estiveram envolvidos na operação que tentava seguir o rastro de destruição deixado por Lázaro.
A fuga para Cocalzinho de Goiás, em 12 de junho, deixou um carro incendiado às margens da BR-070, uma casa queimada e 4 pessoas baleadas.
Durante a fuga, Lázaro chegou a trocar tiros com policiais em várias ocasiões, sempre conseguindo escapar.
Para realizar a captura do criminoso após 20 dias de intensa busca, os militares usaram diversos equipamentos tecnológicos, helicópteros e cães farejadores.
No dia 14, o governador Ronaldo Caiado indicou o secretário de Segurança Pública, Rodney Miranda, para comandar a operação.
Suspeita de rituais de ocultismo e satanismo
Durante a busca, o nome de Lázaro ganhou força nas redes sociais e noticiários, espaços em que surgiam relatos antigos e suspeitas sobre o criminoso.
Por conta da fama com crimes na Bahia, sua terra natal, ele era frequentemente ligado a crenças de ocultismo e satanismo, tendo seus crimes associados a um suposto poder de “evocar espíritos malignos”.
Relatos da Polícia Civil após investigação de alguns de seus assassinatos mostravam, supostamente, indícios de rituais realizados com partes de corpos.
Lázaro havia cortado as mechas do cabelo e as orelhas de suas vítimas, fazendo os policiais acreditarem que ele realizava algum tipo de cerimônia ocultista após os homicídios.
Fuga para mata de Águas Lindas de Goiás
Num dos crimes realizados durante a fuga, no dia 16, Lázaro fez uma nova família de refém nas matas de Cocalzinho.
Uma delas, uma adolescente, conseguiu notificar a polícia, que chegou ao local com helicópteros, forçando uma nova fuga do serial killer.
Lázaro Barbosa ficou escondido em região de mata em Águas Lindas de Goiás, cercada por rios e córregos.
Em 17 de junho, agentes da Força Nacional foram acionados para reforçar o contingente, e por mais 10 dias, diversos cercos foram realizados na região, ainda sem sucesso.
O ex-Superintendente da Segurança Militar do Governo Federal e Tenente-Coronel da Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (ROTAM), coronel Edson Raiado, foi enviado com uma equipe especializada para realizar buscas por Lázaro Barbosa.
Desafios das buscas
Na fase final das buscas, Lázaro era procurado num espaço que equivalia a 100.000 campos de futebol, de acordo com Edson.
Trata-se também de uma área de grotas, que são encostas e barrancos devido à erosão.
As condições vegetais e de relevo dificultaram a investigação dos policiais e favoreceram a fuga de Lázaro, principalmente pelo fato de que o assassino sabia navegar pela região com facilidade.
11 dias de buscas depois, na região da mata de Águas Lindas de Goiás, Lázaro havia sido visto perto da casa de sua ex-sogra.
Captura de Lázaro
Momento em que policiais retiram corpo de Lázaro da viatura | Foto: Reprodução
11 dias de buscas depois, na região da mata de Águas Lindas de Goiás, Lázaro havia sido visto perto da casa de sua ex-sogra.
Com 20 dias de buscas oficiais, mais de 270 policiais envolvidos, uso de helicópteros, drones, cães farejadores e um gasto de, aproximadamente, R$19 milhões, a Operação Lázaro Barbosa chegava ao seu fim.
Foi no dia em que as forças policiais completavam 20 dias de buscas que Lázaro foi capturado a 4 quilômetros da casa da mãe de sua ex-companheira, em Águas Lindas de Goiás.
O serial killer foi morto pela polícia após, segundo o secretário de segurança pública de Goiás, Rodney Miranda, ter ameaçado os policiais com disparos.
Após uma troca de tiros, em que ele foi ferido com 38 balas, o assassino foi preso pela polícia.
No caminho para o hospital, ele não resistiu aos ferimentos e morreu
Lázaro Barbosa foi enterrado no cemitério de Cocalzinho de Goiás, no dia 1 de julho de 2021.
Túmulo violado
Quase 2 anos após sua morte, no dia 15 de março de 2023, Lázaro Barbosa teve a cova escavada e danificada.
Inicialmente, foi levantada a suspeita de que a cabeça do criminoso havia sido levada, mas a perícia constatou que os restos mortais permaneceram intactos.
No dia 27 de maio, a Polícia Civil explicou que a sepultura havia sido violada por uma adolescente de 15 anos.
Segundo o delegado Rafhael Neris, a jovem afirmou ter sonhado que Lázaro estava vivo, e pedia para que ela o retirasse do túmulo.
Ele também relatou que sugeriu o não indiciamento da adolescente, uma vez que ela estaria “em surto”.
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