Um homem estadunidense viveu por mais de 70 anos respirando por um ventilador de pressão negativa, chamado de ‘pulmão de ferro’.
Paul Alexander, de 78 anos, nasceu no subúrbio de Dallas, Texas, e dependeu do equipamento desde 1952, quando foi infectado com o vírus da poliomielite.
Em 2022, o idoso foi reconhecido pelo Guinness World Records como a pessoa que passou mais tempo respirando por meio de um equipamento como este.
Paul Alexander morreu aos 78 anos, na cidade onde nasceu, em decorrência da Covid-19.
Desde seus 6 anos, Paul viveu dependente do pulmão de ferro.
Entenda o caso de Paul Alexander
Durante as décadas de 40 e 50, cerca de 50 mil pessoas ficaram paraplégicas ou tetraplégicas devido a surto de poliomielite do período.
A doença, causada pelo poliovírus, provoca paralisia dos músculos e pode levar o paciente ao óbito, em casos mais graves.
A poliomielite existe há séculos, mas só depois da doença ser diagnosticada em Franklin D. Roosevelt, presidente dos EUA, equipes de médicos e cientistas do país se mobilizaram para tentar erradicá-la.
Entre as opções de resposta à doença, ocorreu o desenvolvimento do pulmão de ferro.
No verão de 1952, Paul Alexander foi infectado com o vírus e, com as consequências, não conseguiu mais respirar espontaneamente.
Sua família, então, o internou em um hospital, onde ele foi submetido a uma traqueostomia e ao primeiro uso do pulmão de ferro.
Para que serve um pulmão de aço?
O pulmão de ferro, ou pulmão de aço, também chamado de ventilador de pressão negativa, permite que uma pessoa consiga respirar em casos de paralisia dos músculos ou dificuldade para respiração.
A partir da redução da pressão criada na máquina, a circulação de ar permite a expansão natural do pulmão, fazendo com que o ar entre nas vias respiratórias do paciente.
Por outro lado, quando a pressão é elevada, o ar é forçado a sair, gerando o movimento natural de respiração.
Como viveu Paul Alexander?
2 anos após o incidente, Paul recebeu a ajuda de um fisioterapeuta para aprender um novo jeito de respirar.
Em entrevista para o Guinness Book, o Livro dos Recordes, o homem explicou que faz uma espécie de “respiração de sapo”, que consiste em “engolir o ar”, ao invés de inspirar normalmente.
O novo método usa os músculos da garganta para levar o oxigênio para os pulmões, e não os do peito e diafragma, normalmente utilizados na respiração tradicional.
Dessa maneira, Paul conseguiu se soltar dos confinamentos do pulmão de ferro durante o dia, sendo necessário voltar apenas à noite, uma vez que ele não consegue aplicar a respiração de sapo enquanto dorme.
Paul conseguiu recuperar parte de sua normalidade, terminou seus estudos, se graduou em direito e chegou a montar um escritório pessoal.
Como funciona o pulmão de ferro?
O equipamento utilizado por Paul foi desenvolvido em 1920 como resposta aos casos mais severos de poliomielite.
De acordo com médicos especialistas, o pulmão de ferro funciona como um enorme cilindro metálico, onde a pessoa se insere e fica apenas com a cabeça de fora.
Em seu interior, existem bombas instaladas que controlam a circulação de ar.
O equipamento simula o movimento da caixa torácica e do diafragma no processo de respiração, com variações de pressão positiva e negativa, forçando uma respiração natural no paciente.
Como foi a vida do homem que está preso há mais de 70 anos em uma máquina de ferro
LEIA TAMBÉM:
Jovem de 20 anos posta fotos nas redes de pulmão destruído pelo cigarro eletrônico