O 2º suplente do MDB na Câmara dos Deputados, Felipe Cecílio, se colocou à disposição do partido para concorrer à prefeitura de Goiânia.
Neto do ex-senador Mauro Miranda e do ex-deputado federal Jamel Cecílio, Felipe quer ser o nome que encabeça as discussões do partido no futuro, mesmo que para um posto de vice.
Em uma conversa exclusiva com a Folha Z, o pré-candidato explicou que a sigla está alinhada com a sua história e de sua família.
Confira a entrevista completa:
FZ: Você está dando andamento em articulações para pré-candidatura em Goiânia. Como está o andamento da preparação nesse primeiro momento de planejamento?
Felipe Cecílio: Eu sou de Goiânia, nascido e criado, então não veria outra cidade pra eu me candidatar. Lógico que a gente depende do partido e várias outras questões. Hoje, estou no MDB, onde pretendo continuar até pela história que meu avô tem lá dentro. Na eleição de 2022 para deputado federal, o MDB foi muito parceiro, então preciso estar sempre alinhado com o partido em todas as questões.
Acredito que, hoje, o partido tinha 2 nomes fortes, da Ana Paula [Rezende, filha de Iris Rezende] e do Gustavo [Mendanha, ex-prefeito de Aparecida de Goiânia], mas por conta de decisões pessoais, Ana Paula não quis dar continuidade e Gustavo, por enquanto, não pode ir por conta da lei de cidades limítrofes. Acaba que acho que vou cumprir papel importante dentro do MDB. Todo partido tem que ter, pelo menos na pré-campanha, alguém em mente. Até para poder usar como moeda de barganha quando as coisas se afunilar para começar as eleições.
FZ: Sem Ana Paula e com dúvidas sobre candidatura de Gustavo Mendanha, seu nome desponta de forma isolada no MDB?
Felipe Cecílio: Lógico que tem sempre alguém que se interessa, mas quem já colocou a cara a tapa e falou com convicção que está pronto, acredito que hoje seja só eu mesmo. Algumas pessoas já falaram que poderiam ter interesse, mas não passou disso.
FZ: E como estão as articulações dentro do partido? Houve diálogo com Daniel Vilela?
Felipe Cecílio: Claro que comuniquei ao Daniel antes de divulgar a decisão, até por respeito ao presidente do partido. Comuniquei também a várias lideranças e perguntei a opinião de cada um. Hoje a gente tem que focar em ter pelo menos um nome dentro do partido que queira disputar. Acho que a gente não vai tomar nenhuma decisão se o partido estiver com rixa ou incertezas, então deixei totalmente nas mãos do MDB. Falei que estou pronto e vou começar trabalhos, até para poder ser usado como moeda de barganha para o que precisar.
Quero ser o nome do MDB. Ou para ser candidato ou, possivelmente, no futuro, um vice. Tudo vai depender do partido. Na política não existe decisão sozinho, dependemos do grupo e só vou fazer o que estiver em total acordo com o partido.
FZ: A gente tem apresentado para essa disputa, nomes de pessoas com carreira mais tradicional, com mais tempo e até com outras candidaturas, como Adriana Accorsi ou Vanderlan Cardoso, que inclusive estão em mandato. Como é para você, com carreira política mais recente e sendo mais jovem, preparar pré-candidatura para enfrentar esses adversários?
Felipe Cecílio: Não sei o quanto isso atrapalha. Na hora H, se acontecer de o partido precisar que eu seja candidato, nós não teríamos problemas com isso. Acho que a gente iria concorrer de igual pra igual, até porque eu estou dentro de um partido com história grande na cidade de Goiânia. É lógico que alguns feitos deles, como por exemplo do Vanderlan, que fez muito por Senador Canedo, acabam apontando uma vantagem. Mas ao mesmo tempo acho que o histórico que eles têm, também traz algumas desvantagens. Algumas pessoas já vem queimadas por decisões lá de trás, enquanto eu entro nesse jogo, se acontecer mesmo, com uma ficha menos extensa mas talvez um pouco mais limpa.
FZ: Para 2024, você chegou a dizer que o prefeito Rogério Cruz não deveria disputar reeleição, até em respeito à população. Você mantém essa opinião?
Felipe Cecílio: Mantenho. Acho que o Rogério é uma pessoa boa, agradável. Já estive com ele várias vezes e não ataco o pessoal, mas a gestão dele. Acho que no começo já foi errado, porque ele deixou que a diretoria da Universal, hoje isso já acabou, tomasse decisões que não tinham muito a ver. Acabaram traindo nosso partido, tiraram vários secretários que acho que tinham potencial e colocaram secretariado que não conhecia a cidade do jeito que teria que conhecer. Tanto é que já fez 64 trocas de secretariado, um recorde para Goiânia.
Acho que a gestão não tem a mão do mandato dele, mas ele não é um político ruim. Como vereador, atende bem a classe política dele, mas como prefeito de Goiânia tem deixado muito a desejar. E isso não sou só eu que estou falando. A gente fez pesquisas que demonstram grande insatisfação com ele.
FZ: Dentro dessas insatisfações que você tem observado, como está preparado para trazer resoluções para o município?
Felipe Cecílio: A gente tem que ter uma equipe mais técnica, vir com mais projetos de inovação. Acho também que a máquina da prefeitura está muito inchada. Goiânia tem um potencial imenso, cresce muito e precisamos de alguém que faça com que ela cresça de forma coordenada, inovadora, organizada e bonita. Dentro das pesquisas, as pessoas reclamam muito da beleza da cidade, que já foi mais bonita e deixou de ser. Reclamaram muito do trânsito também.
O próximo prefeito deve ter 3 principais prioridades, pelo menos no início. Primeiro trânsito. Tem que desafogar o trânsito na cidade, pensar em anel viário real. Também tem o transporte público, que vemos que tem sido reformulado aos poucos, desde mandatos anteriores, mas ainda temos que melhorar muito. Com transporte de qualidade, que a população não tenha receio de andar, é possível desafogar o trânsito. E tem ainda essa questão da beleza da cidade. Precisamos de uma remodelação de calçadas, praças, aterramento de fiação. Isso tem que começar a ser pensado, porque, querendo ou não, Goiânia é uma capital e atrai pessoas do estado inteiro que visitam no fim de semana. Goiânia tem condições de ser cidade turística e não existe cidade turística feia, precisamos repensar isso
FZ: Recentemente você esteve em Nova Iorque, onde teve ações ligadas à pré-candidatura. O que trouxe da viagem para projetos que podem ser aplicados em Goiânia?
Felipe Cecílio: Nova Iorque foi uma viagem de cunho pessoal que já estava marcada, e acabou coincidindo com agenda da Universidade de Columbia, com palestras de gestão pública na área de infraestrutura. Falaram muito sobre a questão do trânsito e aproveitei que estou nesse projeto de pré-candidatura para assistir às palestras e visitar o evento. A gente vê pessoas de vários lugares, com projetos que deram certo, falando sobre experiências que tiveram. Quanto mais a gente for atrás de soluções que deram certo, isso só soma.
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