Um homem de 30 anos mantido em cárcere privado foi resgatado pela Polícia Civil (PCGO) em Goiânia.
O irmão dele, de 32 anos, foi preso por maus-tratos e responsabilizado pela situação.
Além da autuação, ele possui várias passagens por tráfico de drogas e associação criminosa, e será investigado por tortura.
A Operação, denominada Cães de Rua, foi realizada na tarde dessa 3ª feira (10), no Residencial Veredas dos Buritis.
Segundo o delegado Alexandre Bruno, a vítima, diagnosticada com esquizofrenia e autismo severo, corria sério risco de vida pelas condições desumanas em que vivia.
Denúncia à polícia
A PCGO tomou conhecimento da situação após uma denúncia anônima ser feita, relatando o abandono da vítima em uma casa sem condições de habitação.
O relato ainda dizia que o homem ficava até 3 dias sem comer, beber água e sem qualquer vestimenta.
A denúncia constava que a vítima já chegou a passar mais de 20 dias sem um banho, e só conseguia se alimentar com ajuda de vizinhos.
Em casos em que não recebia ajuda, ele comia mangas verdes de uma mangueira no quintal da residência.
Informações da Polícia
Iniciada as investigações, a polícia apurou, em conversa com os vizinhos, que a vítima vivia sob os cuidados do irmão, de 32 anos.
No entanto, o homem estava abandonado há mais de 40 dias sem condições básicas de vida.
Além disso, o delegado Alexandre Bruno relatou que a mãe da vítima morreu há alguns meses, mas seu corpo foi mantido por mais de 5 dias na mesma cama em que o homem dormia.
Foram os vizinhos que acionaram o Instituto Médico Legal (IML) para retirada do cadáver, após sentirem o mal cheiro.
“Não fosse os vizinhos, que o ajudavam constantemente com alimentação, ele já teria sua vida ceifada por inanição”, afirma o delegado.
Eles também afirmaram à polícia que era comum escutar gritos da vítima quando ficava sozinho na casa.
Resgate da vítima
No local, a vítima foi encontrada nua, em situação de completo abandono, sem qualquer tipo de alimentação, água e energia.
Segundo a polícia, a residência estava completamente suja, repleta de restos de alimentos.
Não havia lençóis ou roupas limpas e os móveis estavam desgastados e imundos.
“Não remetia a um lar, mas a um verdadeiro cativeiro”, conta o delegado Alexandre.
Foi apurado que, para não passar fome, o homem chegou a se alimentar das próprias fezes, que também estavam espalhadas pela casa.
Por conta das condições em que vivia, o homem não conseguiu conversar com a equipe de policiais e aparentava estar em estado de choque, emitindo sons e fazendo ações repetidas.
Os policiais o vestiram com um short jeans e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgências (SAMU) o encaminhou para atendimento médico.
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