A oficialização do deputado federal José Nelto (PP) como vice-líder do governo Lula na Câmara marca forte aliança da gestão federal com o Centrão.
Em seu segundo mandato, Nelto vem de uma carreira em que alimentou proximidade com o ex-presidente Jair Bolsonaro e uma série de elogios ao senador e ex-juiz Sérgio Moro, dois dos principais adversários políticos do atual presidente.
Em 2019, inclusive, Nelto foi defensor da prisão em segunda instância, que teria mantido Lula na prisão.
O apoio a Moro ainda pode ser conferido em posts antigos, mantidos em suas redes sociais, diferente da aproximação a Bolsonaro, que foi limada dos perfis do deputado.
A relação, na verdade, já mostrara sinais de transformação na época da eleição presidencial, quando Nelto se afastou do ex-presidente.
Críticas ao mandato bolsonarista
Antes disso, o deputado já havia registrado críticas ao mandato bolsonarista, agravadas com o fim da gestão e a transição para apoio ao novo governo.
O posicionamento de apoio à gestão Lula acompanha comportamento recorrente dos políticos que preferem atuar junto ao Centrão, sinalizando para a reconstrução de relações e avanços de novas alianças em nome da administração pública.
Antes próximo a Bolsonaro, José Nelto agora se aproxima de Lula numa movimentação que evidencia a abertura do governo petista à atuação do centro político no país.
A indicação acompanha entrada do PP na gestão, a partir de reforma ministerial que colocou outro deputado da legenda, André Fufuca, no Ministério do Turismo.
Críticas de aliados
A medida, porém, alimentou críticas de aliados tanto do governo, quanto da oposição.
Nesse cenário, José Nelto – assim como Fufuca e o PP – simboliza a premiação de uma postura de centro que atuou pela governabilidade e, agora, tem espaço dentro das decisões dessa mesma governabilidade.
O PP ganha força política, enquanto o PT deve ganhar diálogo com o Centrão e maior tranquilidade para debater projetos com a bancada de deputados.
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