Problema histórico em Goiânia, a coleta de lixo voltou à pauta depois que o Ministério Público de Goiás (MPGO) deu prazo de 48 horas para que o município recolha todos resíduos acumulados e regularizem os serviços.
A situação gerou medidas emergenciais por parte do prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, que prometeu a normalização da coleta até o próximo domingo (22), 2 dias antes do aniversário da capital.
Segundo o prefeito, os problemas foram gerados a partir da falta de caminhões, mas 40 veículos foram disponibilizados para complementar o trabalho.
“Para essa situação emergencial, começamos a trabalhar com 40 compactadores nas ruas, nos 3 turnos. Estávamos com apenas 20. Dobramos o número de veículos na coleta e acredito que até domingo o serviço já estará em dia”, afirmou Rogério Cruz em entrevista à Rádio CBN.
Veículos complementares
Segundo registros feitos em Goiânia desde a noite dessa 3ª feira (17) e relatos de funcionários consultados pela Folha Z, a coleta do lixo acumulado não está sendo feita somente com caminhões de lixo.
Em vídeo gravado na noite de 3ª, é possível ver o lixo sendo transportado em caminhão caçamba, e não caminhões compactadores normalmente utilizados para o serviço.
“Estamos trabalhando com caminhão que não é próprio para coleta, mas somos obrigados a fazer o serviço ou somos penalizados”, revelou um servidor da Comurg que preferiu não se identificar.
Problema histórico em Goiânia, a coleta de lixo voltou à pauta depois que o Ministério Público de Goiás (MPGO) deu prazo de 48 horas para que o município recolha todos resíduos acumulados e regularizem os serviços. pic.twitter.com/rlojgDkANM
— Folha Z (@FolhaZ) October 19, 2023
Na manhã desta 4ª (18), circulou nas redes sociais vídeo que mostra a coleta feita com vans e carretas, também atípicos para o trabalho.
Em nota, a Comurg declarou que deu início a “uma força-tarefa para deixar a cidade limpa até o próximo dia 22” e, por isso, está “utilizando todos os veículos utilitários disponíveis”.
Condições precárias
Além da dificuldade com os veículos, os trabalhadores da coleta de lixo estão sofrendo com outros desafios, segundo o servidor ouvido pela Folha Z.
Ele revelou a reportagem que grande parte da equipe está sendo obrigada a trabalhar em períodos de folga e, muitas vezes, sem as condições ideais ou mesmo equipamentos como máscaras de proteção.
“Nesta semana, por exemplo, a maioria estaria de folga, mas fomos obrigados a trabalhar nas escalas. E isso não tem prazo para terminar”, declarou.
O servidor ainda reclamou que, mesmo perdendo folgas, os funcionários não recebem nenhum tipo de pagamento extra ou bonificação e, caso não trabalhem, sofrerão punições como advertências e suspensões.
A Comurg, porém, negou que os serviços não tenham pagamento e garantiu que qualquer trabalho feito fora do expediente previsto é remunerado como hora extra.
À reportagem, o coletor ainda comentou as medidas de resolução para o acúmulo de lixo em Goiânia, sem muito otimismo.
“Goiânia está lotada de lixo e medidas não resolvem”, afirmou.
Para o coletor, a quantidade de funcionários está baixa e, se não houver mais trabalhadores, não tem como solucionar o problema da coleta.
“Aqui eles nos tiram de outras áreas para fazer coleta, fica difícil. Enquanto isso os comissionados não fazem serviço braçal e ganham 2, 3 vezes mais que a gente. Não tem como a Comurg aguentar esse rombo”, declarou.
Reforço
Diante da crise na coleta de lixo, o deputado estadual Clécio Alves chegou a adquirir um caminhão com recursos próprios.
O deputado anunciou a medida como forma de contribuir para o trabalho que tem prejudicado os moradores de Goiânia.
“Esse caminhão eu comprei com meu dinheiro, me pertence. Recolhemos mais de 20 toneladas de Goiânia e eu ajudando. Devo tudo a Goiânia e a cidade está vivendo um momento difícil. Foi uma maneira que arrumei para ajudar a cidade e meu candidato a prefeito”, justificou durante sessão na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego).
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