O chefe da superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Goiás, Pedro Wilson, pediu exoneração do cargo após ser alvo de denúncia por assédio moral.
A saída dele ainda não foi publicada em Diário Oficial, mas segundo apurado pela reportagem, ele, por conta própria, já teria se afastado das funções no órgão.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho, no dia 29 de fevereiro, o Iphan nacional e a superintendência em Goiás fizeram considerações sobre termo de ajuste de conduta que levou à saída do petista.
Pedro Wilson teria pedido exoneração no mesmo dia e, conforme apurado, deve ter a saída apresentada na versão final do termo.
“Cabe destacar que o cargo de superintendência do Iphan em Goiás não é mais ocupado pelo senhor Pedro Wilson, fato esse que está sendo levado em consideração na versão final do TAC a ser contraposto pelo MPT-GO ao referido superintendente e à direção nacional do Instituto”, diz trecho da nota.
Gestão de Pedro Wilson no Iphan
Pedro Wilson é ex-prefeito de Goiânia e ex-deputado federal e atuava no cargo desde maio do ano passado, após indicação do PT, e não do presidente nacional do instituto, Leandro Grass.
Ainda no início da gestão, projetos que chegavam à mesa da diretoria ficavam atrasados e, a partir de agosto, a relação com funcionários ficou pior.
Na época, funcionários da área de transporte foram dispensados após denúncia contra a gestão de Pedro Wilson.
Segundo eles, a gestão do instituto estaria utilizando veículo oficial sem informar o destino.
Em reunião sobre o caso, Pedro Wilson teria chamado uma técnica de “parasita”.
Agressões verbais teriam sido proferidas em uma reunião sobre essa situação do transporte.
Denúncias no Ministério Público e Ministério do Trabalho
Conforme apresentado em denúncia realizada no Ministério Público Federal (MPF), Pedro Wilson teria dito que se sentiu traído com acusações sobre irregularidades no transporte do Iphan.
A partir daí, o gestor teria comentado que tem amigos na Polícia Federal para investigar a origem da denúncia.
Após investigação, o Ministério Público do Trabalho (MPT) entendeu pela veracidade das denúncias e propôs um termo de ajuste de conduta, em fevereiro.
Com o resultado, outras denúncias foram protocoladas nos ministérios, além de na ouvidoria do próprio Iphan, onde houveram pedidos de afastamento de Pedro Wilson.
Segundo as denúncias, a gestão implementou uma rotina tensa no instituto, inclusive gerando problemas de saúde em alguns funcionários, frustrados com o ambiente de trabalho.
À época das denúncias, em novembro, a assessoria de Pedro Wilson chegou a declarar para a impresa que as acusações surgiram de uma servidora “acomodada com os privilégios da gestão bolsonarista”.
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