O presidente Lula pode adicionar combustível à sua já conturbada relação com o Congresso Nacional ao decidir se vai sancionar ou vetar o aumento de 18 vagas na Câmara dos Deputados, aprovado na última semana.
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O Palácio do Planalto avalia que pode usar o prazo de até 15 dias úteis para definir se confirma ou não o projeto que eleva de 513 para 531 o número de deputados federais.
18 vagas a mais
A proposta aprovada pelos parlamentares cria 18 novas vagas para cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), que ordenou a redistribuição das cadeiras com base no Censo de 2022.
O prazo para essa adequação terminou nesta 2ª feira (30).
Seguindo o critério tradicional de redistribuição, 14 vagas apenas seriam realocadas entre os estados, o que causaria perdas para 7 deles, incluindo:
- Alagoas (-1),
- Bahia (-2),
- Paraíba (-2),
- Pernambuco (-1),
- Piauí (-2),
- Rio de Janeiro (-4) e
- Rio Grande do Sul (-2).
Para evitar essas perdas políticas, os parlamentares optaram por criar novas vagas, que custarão R$ 64,6 milhões anuais aos cofres públicos.
Com isso, a nova distribuição de cadeiras ficaria assim:
- AC: 8;
- AL: 9;
- AP: 8;
- AM: 10;
- BA: 39;
- CE: 23;
- DF: 8;
- ES: 10;
- GO: 18;
- MA: 18;
- MG: 54;
- MS: 8;
- MT: 10;
- PA: 21;
- PB: 12;
- PE: 25;
- PI: 10;
- PR: 31;
- RJ: 46;
- RN: 10;
- RO: 8;
- RR: 8;
- RS: 31;
- SC: 20;
- SE: 8;
- SP: 70;
- TO: 8.
Veto e análise
Se decidir pelo veto, Lula manterá o número atual de 513 deputados, e o projeto voltará ao Congresso para análise.
O texto foi aprovado no Senado com 41 votos, exatamente o mínimo necessário para derrubar um veto presidencial, e na Câmara dos Deputados, por 361 votos favoráveis, muito acima dos 257 votos necessários para rejeitar um veto.
Segundo o advogado eleitoralista e ex-ministro do TSE, Henrique Neves, cabe exclusivamente ao Congresso decidir sobre a distribuição das vagas, mesmo que a defasagem já ultrapasse 3 décadas.
“A distribuição cabe ao Poder Legislativo. O TSE e o Supremo não determinarão uma redistribuição das vagas, independentemente da defasagem superar os 30 anos”, explicou.
Possível desgaste
Aliados do presidente avaliam que o veto poderia acirrar ainda mais o clima com o Congresso, em um momento de tensão política, principalmente após episódios como a derrubada do decreto do IOF.
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