Mães de crianças autistas cobram esclarecimentos da Prefeitura de Aparecida sobre os atendimentos oferecidos pelas secretarias de Saúde, Educação e Esporte.
Segundo a presidente do Movimento de Famílias de Autistas (MFA), Polyana Teixeira, “as crianças enfrentam impedimentos para ter acesso a direitos básicos”.
Na tribuna da Câmara Municipal, na 4ª feira (9), Polyana criticou medidas adotadas pela Secretaria de Educação desde o fim de agosto, que, segundo ela, dificultam o acesso de autistas a serviços e atividades.
“Estão sendo exigidos documentos que o próprio município não disponibiliza para nossas crianças”, afirmou.
De acordo com o movimento, que conta com 270 famílias, entre os documentos solicitados estão relatórios médicos atualizados, comprovantes de terapias e de acompanhamento multidisciplinar.
“Não estão aceitando relatórios médicos e estão exigindo laudos. Nosso município hoje não consegue oferecer esse suporte”, destacou.
“A Secretaria de Educação exige coisas que a Saúde não oferece”, completou.
Clínica TEIA
A presidente do MFA também apontou a dificuldade de atendimento na Clínica TEIA, especializada em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
“A unidade consegue atender apenas 120 crianças”, disse aos vereadores.
Segundo o movimento, a Rede Municipal de Educação possui mais de 1,7 mil estudantes autistas. Em nota, a Prefeitura confirmou que a clínica atende apenas 120 pacientes.
Fila de espera
Outro problema relatado é a demora para atendimento especializado.
“Existe uma fila de espera de mais de um ano para acompanhamento com neuropediatra. Além disso, não há fonoaudiólogos suficientes para atender”, relatou Polyana.
A Prefeitura informou que Aparecida conta atualmente com 2 neuropediatras.
A Secretaria de Saúde confirmou ainda que não possui fonoaudiólogos especializados exclusivamente em autistas.
Convocação
Diante do cenário, a presidente do MFA pediu que os vereadores convoquem os secretários de Saúde, Educação, Cultura e Esporte para prestar esclarecimentos.
Durante a sessão, parlamentares manifestaram apoio às famílias, mas não confirmaram se a convocação será feita.
Respostas da Prefeitura
Em nota enviada à Folha Z, a Secretaria de Educação afirmou que aceita tanto relatórios quanto laudos médicos, embora considere o laudo “o documento mais adequado”.
“Quando os médicos fecham o diagnóstico, os CAPS entregam o laudo aos responsáveis”, explicou a pasta.
Sobre os comprovantes, acrescentou: “Nos CAPS, os terapeutas disponibilizam relatórios das atividades”.
🔐 Vídeo – Mães-autistas-Aparecida de Folha Z
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