A maioria das mulheres não conhece bem o próprio corpo e isso é refletido na falta de debate a respeito do que lhes dá prazer. Pensando nisso, a educadora sexual Aline Castelo Branco elaborou um curso de sexo oral para homens, que será ministrado em novembro em Salvador (BA). Mais de 300 interessados enviaram emails para se informarem sobre o curso. Os interessados querem melhorar o desempenho para dar prazer à parceira. Muita gente quebrando cofrinho, em tempo de crise econômica, para aprender a dar mais prazer sexual.
De acordo com Aline, que também é pesquisadora do Núcleo de Sexualidade da Universidade Estadual de São Paulo, o sexo oral ainda é um tabu e tem rejeição tanto pelo homem como pela mulher. Entre as razões para a procura do curso, a sexóloga identificou falta de desejo, nojo, receio de não agradar o parceiro e obrigatoriedade. Mas, para ela, o principal elemento dessa falta de desejo pela prática é realmente o nojo. Por isso, ela ressalta que os órgãos genitais devem estar muito limpos e cheirosos para que se possa “cair de boca”.
Ela relatou que o curso de sexo oral feminino capacitou 250 mulheres em 2013 e verificou que 70% delas fazem sexo oral para agradar o parceiro e 30% o praticam com frequência, mas têm dúvidas sobre como fazer. “Acredito que o resultado seja semelhante para homens. Para os que não gostam, aconselho o uso de papel filme para evitar contato direto com a vagina”, deu a dica.
Conhecer-se
Já para as mulheres que não têm intimidade com seu órgão, a sexóloga recomenda analisá-lo atentamente através do espelho. “Acredita que adultas me perguntam de onde sai a menstruação e onde fica o clitóris?” Segundo ela, a mulher que não conhece seu órgão dificilmente sentirá prazer. “O problema da sexualidade feminina é histórico. Durante séculos fomos reprimidas, proibidas de gozar. A mulher que não se masturba perde a chance de ter mais prazer com o seu próprio parceiro”, disse.
A pesquisadora afirmou que muitos homens acham que sabem fazer tudo, mas na hora H deixam a desejar. Ainda de acordo com ela, a intenção do curso é resolver grave problema identificado durante estudos com as 250 mulheres da primeira edição do curso de sexo oral feminino. “Os piores homens na prática do oral são: 1. ‘lambida de vaca’ (aquele que fica com a língua subindo e descendo em movimentos contínuos sem atingir diretamente o clitóris); 2. ‘furadeira’ (aquele que faz bico e fica com a cabeça para um lado e para o outro como se estivesse procurando o buraco); 3. ‘sugador’ (aquele que faz bico de peixe suga o clitóris tão forte que chega a machucar).”
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