O senador por Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), acusou o governador Marconi Perillo (PSDB) de estar usando a Celg como objeto de chantagem com empresários do Estado que possuem negócios com o governo.
“Temos informações de uma reunião na semana passada em que o governador se encontrou com empresários do Estado e disse que só iria quitar qualquer dívida depois da venda da Celg. Ou seja, a venda da Celg nada mais é para o governo de Goiás do que uma forma de fazer caixa para tampar os buracos que foram feitos durante todos esses anos”, acusou o democrata.
A afirmação foi feita em audiência na Comissão de Direitos Humanos com funcionários da companhia, o representante da Eletrobras, Oscar Alfredo Salomão Filho, e de Goiás, Simão Cirineu Dias, nesta terça-feira (06). Para Caiado, a venda da maior empresa do Centro-Oeste tem sido articulada em comum acordo entre os governos estadual e federal.
“Todo o processo para a venda da Celg vem lentamente sendo articulado entre o governo estadual e o governo federal e isso não aconteceu por acaso, só foi possível graças a esse entendimento dos dois governos que querem fazer caixa. Não se trata de melhorar a empresa, mas de preparar a sua venda”, explicou.
Destaques e emenda
A votação da Medida Provisória (MP) 677, onde foi embutido um artigo que trata da indexação da dívida da empresa com Itaipu ao dólar de janeiro deste ano, deve acontecer no plenário do Senado nesta quarta-feira (07). Caiado fez um apelo para aprovar dois destaques que irá fazer ao texto para reparar a medida.
“A Eletrobrás, quando se tornou responsável pela gestão da Celg, recebeu recursos e preferiu pagar tributos federais e estaduais deixando sangrar a dívida em dólar com Itaipu, onde é societária. Ou seja, quanto mais a Celg sangrar com Itaipu, melhor para Eletrobras. Estamos apresentando dois destaques que visam corrigir isso”, explicou.
O primeiro é referente a indexação da dívida com o dólar de setembro de 2010, quando Marconi cancelou o contrato feito com a Caixa para pagar a dívida de Itaipu, o que geraria uma economia de R$ 355 milhões. Na segunda proposta, o líder democrata estipula que, em caso de venda da Celg, quem arcou com a repactuação da dívida deve ser ressarcido, ou seja, o contribuinte.
Em uma segunda frente, Caiado apresentou emenda à MP 693 excluindo a Celg do Programa Nacional de Desestatização (PND) como forma de preservar a companhia.
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