A Associação dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg) emitiu nota nesta sexta-feira (8/4) criticando recomendação do Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO). Para a Adufg, o gesto do MPF representou “grave risco à autonomia da Universidade, além de um indevido cerceamento da liberdade de expressão de pensamento da comunidade universitária”.
Na recomendação, expedida no dia 4 de abril, os procuradores da República Ailton Benedito de Souza e Cláudio Drewes José de Siqueira pediram que a UFG não realize ou permita dentro das suas dependências nenhum ato político a respeito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), nem mesmo em seu site ou redes sociais.
A associação dos professores da UFG comparou a recomendação com atos do período da ditadura: “Nem mesmo durante o Regime de Ditadura Civil-Militar a UFG e, pelo que se sabe, nenhuma outra universidade brasileira, recebeu, do Ministério Público, nenhuma ‘recomendação’ acompanhada de uma ameaça de punição e persecução tão explícita em razão dos conteúdos didáticos que deva ou não ministrar, explorar, debater ou apresentar ao corpo discente e à comunidade”.
Procurador
Ainda segundo a entidade, o procurador da Advocacia-Geral da União (AGU) Aguimar Jesuíno da Silva questionou o documento do MPF-GO, afirmando que o texto está cheio de impropriedades. “As universidades gozam de autonomia político-científica, financeira e de gestão patrimonial”, disse o procurador.
Discussão sobre isso post