Da crise ao superávit, Goiás é mais do mesmo
Nada tenho a ver com as críticas do comentarista Nivaldo Carvalho, da Rádio 730, e o direito de resposta concedido ao presidente do Goiás Esporte Clube, Sérgio Gabriel Rassi. Divergência natural de opiniões entre um cronista esportivo e um dirigente. O que me chamou mais a atenção foi um dos argumentos utilizados na réplica: “Conseguimos tirar o Goiás da pior crise financeira de sua história. Acertamos todas as dívidas fiscais e trabalhistas herdadas. Hoje temos superávit financeiro”, ressaltou o cartola esmeraldino.
Figuração como marca
Palavras bonitas, ações nobres, mas é nessa hora que a porca torce o rabo, caro Sérgio Rassi! O torcedor tem razão quando reclama que a imagem financeira e o patrimônio físico devem complementar e não protagonizar a história de um clube de futebol. A famosa estrutura do Goiás, cantada em prosa e verso por jornalistas de todo país, não pode servir como alento para um time com tamanha tradição. A equipe alviverde virou mais do mesmo nas competições que disputa, ora fazendo figuração ora disputando para não ser rebaixado.
Título não tem preço
O torcedor esmeraldino merece mais. Coritiba, Bahia, Sport e Atlético/PR – pra ficar somente em quatro exemplos – conseguiram a façanha de chegar mais alto no pódio. Tiveram altos e baixos após a conquista de títulos nacionais, entretanto fizeram história, reuniram elencos vencedores e superaram os grandes clubes do futebol brasileiro. E isso não tem preço na vida do torcedor, principalmente aquele que economiza centavos para não perder um jogo sequer do clube do coração.
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Atlético com pés no chão
Não estou defendendo desperdício financeiro com contratações milionárias, todavia um mínimo planejamento orçamentário de três a quatro anos para que o Goiás volte à Série A e construa um alicerce que lhe permita estar entre os seis melhores da competição. Isso já aconteceu no passado, mesmo entre trancos e barrancos, contando mais com sorte do que competência. O Atlético/GO, nesse aspecto, está demostrando mais profissionalismo ao saber caminhar de acordo com seu tamanho e possibilidades.
Obrigação histórica
E pra finalizar: Sérgio Rassi, com méritos, vem limpando muita sujeira deixada por ex-presidentes do mesmo grupo avalizado pela família Pinheiro, ou seja, uma obrigação de quem manda no clube há décadas. O torcedor, que de bobo não tem nada, somente voltará a acreditar e apoiar o Goiás, pra valer, no dia em que a rotina administrativa for substituída por realizações e conquistas de expressão.
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