Durante o programa “Encontro Com Fátima”, exibido pela TV Globo, a apresentadora Fátima Bernardes levantou enquete que questionava quem deveria ser salvo primeiro: um traficante ou um policial.
Enquanto falava sobre o lançamento do filme “Sob pressão”, em que médicos precisam lidar com escolhas difíceis no dia-a-dia das emergências, Fátima questionou se as pessoas que estavam no palco salvariam primeiro ”um policial levemente ferido ou um traficante em estado grave”.
Os participantes em sua maioria optariam por salvar o criminoso. A escolha levou centenas de pessoas a criticarem o programa e fomentou o surgimento da campanha #EuEscolhoSalvarOPolicial.
Além de uma campanha para desaprovar o programa, com a participação de diversas pessoas, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) gravou um vídeo para condenar a apresentadora. Ele afirma que ela dá mais atenção a traficantes do que policiais e chamou a mídia de ”parcial”.
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“Fátima Bernardes prefere conduzir o seu programa dando mais atenção a um traficante ferido do que a um policial ferido, um herói nosso a serviço na rua. Uma política completamente equivocada sobre direitos humanos, onde só a bandidagem encontra guarita junto a esses também marginais defensores dos direitos humanos”, disparou o deputado.
Outro desdobramento da controvérsia foi um vídeo divulgado pela página “Segurança Pública ES”. Nas imagens, dois policiais indagam Fátima a partir de uma situação hipotética envolvendo um caso de estupro.
”Agora a gente queria fazer uma enquete, o seguinte: Perguntar pra Fátima se ela fosse vítima de um estupro, o que a gente não quer que aconteça, mas pode acontecer, chegando no local uma ambulância que só poderia socorrer uma pessoa, tendo em vista que ela tava com uma faca e acabou atingindo o seu estuprador, deixando o cara gravemente ferido”, propôs.
E questiona: ”E aí, Fátima, quem você socorreria primeiro? Quem a ambulância teria que socorrer primeiro: Você, o cara ou o estuprador? Responde pra gente aí. Tamo aguardando a sua resposta”. A publicação obteve mais de 230 mil compartilhamentos e 130 mil curtidas.
Contrários
O jornalista Marco Faleiro destaca que essa é uma questão de ética profissional e não sobre a ombridade da pessoa enferma. “Não interessa quem é o pacicente. O médico, por sua vez, deve escolher o caso mais urgente para salvar uma vida,” explica.
O fotógrafo Fayson Merege também concorda que entre um policial levemente ferido e um traficante em estado grave, o que se deve prevalecer é quem está em pior estado de saúde. Ele ainda descorda dos evangélicos que defendem o ditado: “bandido bom é bandido morto”.
“Na escala moral e ética do médico, salve-se quem está em maior risco de vida. Na fila da emergência, não existe policial ou traficante, existe um ser humano. O que a justiça fará após o traficante ser ‘salvo’, é outra história. E crentes que dizem “bandido bom é bandido morto”, não entenderam a proposta do evangelho. No Reino de Deus, somos todos o ladrão da Cruz”, pondera.
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