Irregularidades no currículo de Kleber Adorno levantaram questionamentos a respeito de sua indicação à Secretaria de Cultura pelo prefeito Iris Rezende (PMDB). Quem apontou a questão foi a ex-editora do jornal “O Popular” Cileide Alves.
De acordo com a jornalista, Kleber, que foi titular da pasta com Iris Rezende (2005-2010) e Paulo Garcia (2010-2012), responde a uma ação penal na 7ª Vara Criminal de Goiânia, acusado de dispensa ilegal de licitação. Proposta pelo Ministério Público em 2014, a ação foi acatada pelo juiz José Carlos Duarte e tem audiência de instrução e julgamento marcada para 22 de junho de 2017.
A denúncia é de que Adorno, o também ex-secretário Doracino Naves e outras sete pessoas, a maioria ex-funcionários da Secult, tenham envolvido interesses comerciais privados com os contratos da secretaria e desviado dinheiro público.
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Esquema
Investigando a dispensa e inexigibilidade de licitação para firma de contratos com a secretaria no período de 2007 a 2012, a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra a Administração Pública (Decarp) concluiu que o diretor administrativo-financeiro da Secult Wilson Ribeiro da Costa obrigava artistas a assinarem contratos de exclusividade com as empresas por ele indicadas para que fossem contratados pela prefeitura. O inquérito aponta que Kleber e Doracino tinham conhecimento da prática.
O esquema funcionaria da seguinte maneira: uma empresa laranja cobrava cachês de R$ 8 mil da Secult e pagava apenas de R$ 300 a R$ 1,5 mil aos músicos. Com a prática, o desvio pode ter chegado a R$ 1,3 milhão.
Notificação
O prefeito de Goiânia Iris Rezende (PMDB) e o Controlador Geral do Município, Juliano Gomes Bezerra serão notificados sobre a ação penal contra o secretário de Cultura nomeado na última segunda, 2.
A notificação será encaminhada pelo vereador Elias Vaz (PSB), autor da denúncia à época. “É um absurdo que três instrumentos de investigação coloquem o secretário como acusado de três crimes e ele retorna para o comando da mesma pasta”, disse o vereador.
Plágio
Além das denúncias de corrupção, acusações de plágio em tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da UFG também assombram Kleber Adorno.
A banca que avaliou o trabalho afirmou ter encontrado trechos de outros autores reproduzidos sem as devidas referências e consideraram que havia indícios de plágio na pesquisa. No data da defesa, o então secretário municipal de Cultura enviou seu chefe de gabinete com um atestado médico para justificar sua ausência.
Após a polêmica, Kleber afirmou não ter cometido plágio e desistiu do doutorado. Segundo ele, um equívoco cometido por um digitador contratado para formatar o trabalho teria gerado a situação.
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