Nem 30 dias se passaram e já tem auxiliar do prefeito Iris Rezende ameaçando jogar a toalha. Em desabafo à coluna Giro, do jornal O Popular, Felisberto Tavares (PR) insinuou a possibilidade de deixar a Secretaria Municipal de Trânsito (SMT) em função do quadro de terra arrasada encontrado por ele no órgão. “Abusaram da irresponsabilidade na SMT. Nestas condições fica difícil permanecer”, ressaltou o vereador licenciado.
Zero de comprometimento
A declaração de Felisberto dá o tom do nível de comprometimento de alguns auxiliares de Iris Rezende com a recuperação administrativa de Goiânia. Formada em sua maioria por políticos, muitos com a cabeça voltada somente para as urnas, a equipe treme nas bases ao primeiro sinal de desgaste da imagem pública. O prefeito tem noção da colcha de retalhos que foi obrigado a montar e não tem muita expectativa sobre o retorno que ela pode proporcionar. Isso ficou claro na reunião administrativa com o governador Marconi Perillo, quando Iris esteve acompanhado apenas do seu chefe de gabinete Paulo Ortegal, ex-conselheiro do TCM.
Pedido de desculpas na campanha
Felisberto esquece que a herança maldita deixada pelo ex-prefeito Paulo Garcia (PT) – avaliada em R$ 800 milhões – atinge todos os órgãos, indistintamente. Basta uma rápida conversa com o secretário de Finanças Oseias Pacheco, responsável pelo levantamento, e com Denes Pereira, presidente da Comurg, empresa mais afetada pelo desequilíbrio financeiro municipal.
Pelo andar da carruagem, o presidente da SMT deverá deixar mesmo o cargo. A não ser que recobre os sentidos e lembre que foi o peemedebista Iris Rezende quem destacou qualidades do ex-deputado Paulo Garcia aos eleitores da capital em 2008 e, posteriormente, na campanha à reeleição do petista em 2012. A dívida administrativa de Paulo, neste momento, se equivale à dívida moral de Iris em consertar os estragos deixados pelo antecessor. Sem choro nem vela.
LEIA MAIS: Presidente da Federação admite diminuir número de participantes no Goianão
O eleitor da capital ainda não esqueceu o pedido de desculpas do ex-governador durante a campanha do ano passado. “Eu errei. Quem nunca se equivocou nas escolhas ao longo da vida”, lamentou Iris. Desta forma, chega de blá-blá-blá e mãos à obra. Com ou sem o chorão Felisberto Tavares à frente da SMT.
Acompanhe o Folha Z no Facebook, Instagram e Twitter
Discussão sobre isso post