A Defensoria Pública recebeu denúncias de crimes sexuais de mais 3 pessoas contra o pastor evangélico Esney Martins da Costa, após 3 outros casos se tornarem públicos.
Com isso, 6 pessoas, incluindo uma adolescente, afirmam ter sofrido abusos praticados pelo pastor da igreja Renascendo Para Cristo, em Goiânia.
Um dos casos teria ocorrido há apenas alguns meses, enquanto outros variam entre 2 a 5 anos.
O pastor teria se apresentado como figura paterna em momentos de fragilidade das vítimas, ganhando a confiança e chegando a dar ajuda financeira. Depois, os abusos se iniciavam.
“Começava-se com uma oração com imposição de mãos como se tivesse pegando no coração e, aí, descia a mão. Era algo sutil, e as vítimas começavam a duvidar se estavam ficando loucas por estarem acusando um homem de Deus”, informou a defensora pública Gabriela Hamdan.
Vítimas
Em um dos relatos, uma das vítimas conta que desabafou que teria sido molestada sexualmente quando criança e que o pastor teria dito à ela que ela deveria “passar pela ferida novamente para ser curada”.
“E aí eu fiquei: ‘Meu Deus, eu vou ter que ser molestada de novo para ser curada de um trauma que eu fui na infância?’ Então isso não me deixava dormir”, lembra.
Uma adolescente contou que teve relações sexuais com o pastor.
“Todas as vezes que ela ia, ela chegava em casa chorando e se mutilava – as pernas, as costas. E eu comecei a desconfiar. Foi um choque. Quando eu vi aquilo, o meu mundo desabou. Eu morri ali. Eu me sinto culpada, eu me sinto culpada de tudo, mas eu também fui vítima disso tudo. Ele me enganou”, contou a mãe da menina.
Em uma mensagem enviada ao celular da adolescente, o pastor orienta a moça a se fingir de “doida” para que a família não desconfie.
“Oi, amorzinho. Te amo. E olha, não se deixe vencer, tá bom? Não dá ouvido e faz o que eu falei. Se você tiver que dar uma de doida, você vai lá naquelas imagens da sua mãe e quebra tudinho. Joga no chão e rola no chão”, dizia.
Defesa
Em depoimento à Polícia Civil nesta 2ª feira (2), Esney negou as acusações.
“A princípio, o suspeito nega todas as acusações e se coloca à disposição da polícia. O que percebemos é que as informações trazidas aos autos em nada colaboraram com as investigações”, disse o delegado de Polícia Civil Rilmo Braga.
A advogada Rosângela Magalhães disse à TV Globo que Esney prestou todas as informações solicitadas e está colaborando com as investigações.
Ela ainda reforçou que as denúncias não dizem respeito a fatos praticados com violência ou grave ameaça.
Caso os crimes se comprovem, o pastor poderá ser condenado por violação sexual mediante fraude e importunação sexual.
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