Um casal foi preso na última quarta-feira, 18, suspeito de torturar uma criança de apenas quatro anos em Niquelândia (GO), a 300 km de Goiânia.
Segundo a Polícia Civil, foram detidos a mãe da vítima, Célia Pereira, e o padrasto, Lucas da Silva, após alerta do Conselho Tutelar de Niquelândia.
Foi a avó da criança quem constatou a situação após visitar a família na zona rural da cidade.
Preocupada, ela levou a menina para sua casa, o que despertou a atenção do Conselho Tutelar.
A suspeita foi confirmada após a criança ser submetida a exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Uruaçu.
De acordo com o delegado titular de Niquelândia, Cássio Nascimento, um laudo demonstra que as lesões eram repetidas e que a menina chegou a desenvolver gagueira em função dos maus tratos.
Prisão
O padrasto ainda tentou usar um nome falso para escapar da prisão durante abordagem dos policiais.
Constatou-se também que contra ele estava em aberto um mandado de prisão preventiva por descumprimento do regime semiaberto, a que foi condenado anteriormente por crime de furto qualificado.
Em seguida, a mãe da menor foi até a unidade policial para ver o que havia acontecido com o companheiro e também recebeu voz de prisão.
Tortura
A investigação aponta que a menina apresenta lesões por todo o corpo, entre antigas e recentes, praticadas de variadas formas e meios, como castigos físicos (ficar horas de joelho, até lesionar), surras com fios e varas, dentre outros, além de tortura psicológica.
Segundo a polícia, Lucas confessou em seu interrogatório que batia na criança, alegando que “foram apenas duas surras”.
Já Célia afirmou que não batia, apenas “corrigia” porque “ela estava fazendo coisas erradas”.
Ambos foram autuados pelo crime de tortura e recolhidos ao presídio local, onde permanecerão à disposição da Justiça.
Um relatório psicológico da criança deve ficar pronto em dez dias e será anexado ao inquérito policial.
Criança
A criança agora permanece sob os cuidados do Conselho Tutelar de Niquelândia e sua guarda poderá ser repassada a um parente, inclusive avó, caso esse seja o entendimento da Justiça.
Outro caso
O caso de violência contra criança chamou a atenção da população do Estado e lembrou outro, ocorrido em setembro do ano passado.
Após a repercussão de áudios em redes sociais, uma mulher de 31 anos foi presa em Senador Canedo, Região Metropolitana de Goiânia, após espancar o filho de 7 anos e ameaçá-lo de morte.
Áudios com as ameaças foram divulgados pelo pai da criança nas redes sociais. O menino apresentava hematomas no peito, nas costas, nos braços e pescoço.
Após a repercussão das gravações, uma denúncia foi feita às Rondas Ostensivas Táticas Metropolitana (Rotam), que identificou a mulher e efetuou sua prisão
Em vídeo (abaixo), a dona de casa mostra os ferimentos pelo corpo do menino e o faz implorar para que o pai viesse buscá-lo.
“Não estou nem aí se eu for presa. Quero que denuncie, porque não aguento mais esse menino. Se não vir [sic] buscar, vou matar com uma ‘pisa’. Está para me deixar doida”, diz a mulher no áudio divulgado.
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