O ex-senador Demóstenes Torres (PTB), agora inocentado e liberado para a disputa eleitoral pelo Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou ao Folha Z que observou silêncio por mais de cinco anos diante da avalanche de agressões que sofreu pela cassação do mandato.
“Desde o fim de fevereiro de 2012, leio, ouço e vejo os maiores absurdos a meu respeito. E não rebati. Até tentei, mas a avalanche venceu a verdade”, desabafa.
Demóstenes disse que preferiu apanhar calado enquanto esperava a Justiça confirmar a inocência.
“O que eu dizia e ninguém sequer prestava prestação é que sou inocente. Sou mesmo. Chegou a hora de desmentir as mensagens em que me atacaram das formas mais sórdidas”, anuncia.
Na lista de Moro
O ex-senador lembra que quem tripudiou sobre ele agora, estão nas listas de Moro, do TRF 4: “Enfim, atolados até o pescoço com os roubos na Petrobras, Eletrobras, usinas e outros escândalos”.
“Os três principais articuladores da minha queda estão com os dois pés no cadafalso. Um deles, Lula, já cumpre em regime fechado pena superior a 12 anos, além de responder a mais meia dúzia de processos. Os outros dois colecionam duas dezenas de ações, sobretudo na Lava Jato”, enumera.
Ele afirma que foi derrubado por pessoas, não fatos.
“E não foram pessoas comuns, mas os participantes do maior assalto aos cofres públicos na história da humanidade. Nas 250 mil horas de gravações clandestinas não há uma só prova de que eu tenha cometido crime”, disse.
Demóstenes assevera que não houve crime algum.
“Para os criminosos que tramaram a minha queda, era (e deve continuar sendo) difícil suportar que alguém no Senado apontava os crimes dos outros e não havia cometido crime algum”, argumenta.
‘E eu era (e continuo sendo) honesto’
O petebista disse que “para eles, não existe perigo maior que ter um honesto por perto. E eu era (e continuo sendo) honesto e estava (e vou voltar a estar) por perto deles, mais precisamente, na tribuna e nas comissões, mexendo nas feridas provocadas pela incompetência, a má-fé, o aparelhamento político e a improbidade”.
Demóstenes disse que foi absolvido não apenas porque as gravações eram clandestinas.
“Fui absolvido porque sou inocente. No mérito, rebati uma a uma todas as denúncias em cinco horas de audiência no Conselho de Ética”.
Perícia sobre patrimônio
Ele recorda que, após a cassação, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) encomendou uma perícia sobre o seu patrimônio.
“Nada encontraram de ilegal em minhas contas. E nada encontraram porque nada havia a ser encontrado”, afirma.
O ex-senador disse que disse que atinha absoluta certeza de que o STF confirmaria em colegiado liminar que o libera para ser candidato.
“Eu fui à luta. Nos últimos dias, respondi a centenas de mensagens nas redes sociais, algumas ainda de julho de 2012.”
Demóstenes registra que existem vários tipos de ofensas a ele.
“Em geral, o agressor foge do debate, pois lhe falta argumento. As linhas de ataque nas mídias sociais se assemelham às brutalidades que sofri seis anos atrás: não têm qualquer substância”.
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Os cinco argumentos de Demóstenes
1) Sou inocente. Fui cassado porque minha queda interessava a esse pessoal do PT que agora está enrolado até o pescoço na operação Lava Jato.
2) A banda podre da política que armou a minha cassação não suporta ter honesto por perto. E eu sou ficha limpa.
3) Em 250 mil horas de gravações clandestinas, não encontraram nem sombra de crime que eu tenha cometido. E não encontraram por um motivo simples: eu não cometi crime algum.
4) Fui inocentado nos diversos graus da Justiça não apenas pela anulação das gravações clandestinas, mas também no mérito.
5) O melhor perito forense do Brasil encontrou fraudes em todos os áudios analisados.
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