A questão da liberação dos jogos de azar parece estar ficando, como habitualmente dizemos em linguagem comum, “em piza”.
Depois da votação negativa da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que aconteceu no início de março e de que falámos aqui também, não teve mais desenvolvimentos sobre esse assunto.
As razões para isso acontecer são mais simples do que se possa pensar.
Assunto polêmico em ano de eleições
Várias mídias comentaram, ao longo do ano passado e no início desse ano, que o presidente Temer seria favorável à medida; afinal, o Brasil está inserido em um contexto cultural e tecnológico que tornaria a proibição dos cassinos uma coisa obsoleta.
Contudo, ele não estaria a fim de promover esse tema por saber que continua sendo polêmico e que muitos de seus aliados políticos estariam contra.
Assim, em um ano eleitoral em que alguns estão arriscando tudo e outros estão se comportando de forma bem prudente, um tema divisivo da sociedade parece ter menores chances de avançar.
Afinal, grande parte da oposição à liberação se baseia em motivos relacionados com valores, ideias sociais e culturais sobre o que deve ser a sociedade, e nesse momento quase se pode dizer que o aspeto da criação de emprego e coleta de receita fiscal fica em segundo lugar.
O mercado atual de jogo não muda
Claro que, para quem já joga atualmente de forma legal em cassinos, nada muda.
Estamos falando, claro, de quem se desloca para fora do Brasil para jogar (seja em países estrangeiros seja nos navios de cruzeiro com cassinos a bordo, que só abrem suas portas fora das águas territoriais nacionais) e de quem acessa plataformas eletrônicas de cassino, que podem incluir até cassino ao vivo.
É até possível jogar através do smartphone, o que significa que estamos em uma época em que cada cidadão pode ter, literalmente, um cassino no bolso; para quem joga habitualmente dessa forma, a liberação dos cassinos “físicos” poderia ter um interesse apenas secundário.
O que pode acontecer em 2019?
Será que o presidente Michel Temer tem chances de ser eleito?
Seus incrivelmente baixos níveis de aprovação parecem querer dizer que não, e aí sua alegada concordância com a liberação dos jogos de azar serviria de pouco.
Muito poderia depender do novo presidente e da nova administração, e na verdade, estamos em um momento em que a política parece capaz de criar grandes surpresas.
Quase como jogar na roleta e poder sair um de seus 36 números.
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