Por César Moraes
A alimentação é a força motriz do trabalhador brasileiro; o combustível do corpo humano.
Essa é a definição primordial que impulsiona a cadeia produtiva de alimentos no País, enriquecida pela mão-de-obra dos micro e pequenos agricultores familiares presentes em mais de 4,4 milhões de propriedades rurais.
As informações são da Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário, do Governo Federal.
A força das pequenas propriedades rurais é resultante de um processo comum em quase todas: a tradição.
Esse é o caso do produtor Divino Antônio do Nascimento, 45, filho de agricultores, “nascido e criado na roça”, em um sítio localizado no município de Leopoldo de Bulhões, na região Central de Goiás.
Sua propriedade segue a tradicional configuração de propriedade familiar.
Atualmente, ele emprega dois funcionários diretos e outros dois indiretos, entre estes, membros da própria família.
Durante dois dias na semana, ele transporta aproximadamente 100 caixas de verduras até a Central de Abastecimento de Goiás (Ceasa).
Aliada ao trabalho cotidiano de cuidado com a terra e aos produtos cultivados está a satisfação em proporcionar alimentos de qualidade.
“É uma honra ser um agricultor e saber que o meu trabalho levará esses produtos à mesa do consumidor”, se vangloria Divino Antônio.
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Expansão
Para Divino, sua vida profissional iniciou ainda criança, acompanhando os ensinamentos de seu pai, de quem aprendeu as técnicas de produção do jiló e da berinjela.
O diferencial dessas verduras é que seu período de colheita se estende por até três meses em média, embora o lucro seja menor que outras variedades de hortaliças.
Todo esse conhecimento adquirido transformou-se e foi aprimorado para ampliar os lucros da família após o falecimento do patriarca.
Com o passar do tempo, o agricultor sentiu a necessidade de ampliar as culturas agrícolas na propriedade familiar diversificando o próprio prazo para obtenção de rendimentos.
Atividade Inovadora do agricultor goiano
A partir do jiló e da berinjela, a propriedade de Divino expandiu as linhas de produção para cultivar couve-flor, pepino, pimentão, pimenta, além de frutas como laranja, mexerica e manga.
A expansão da cadeia produtiva não foi o único investimento do agricultor. Visualizando chances de maiores rendimentos, Divino Antônio especializou-se e considerou duas novas abordagens: no plantio e no modo de irrigação.
No plantio, ao invés de adquirir mudas de terceiros, ele decidiu produzir suas próprias mudas, o que fez com que reduzisse o custo de produção, com reflexos nos rendimentos.
E, para dar seguimento na inovação no campo, há dois anos, o produtor trouxe a prática de gotejamento como uma nova técnica de cultivo.
Divino Antônio explica que essa abordagem de irrigação mantém a planta hidratada enquanto proporciona economia no consumo de água na propriedade, o que considera ser um ponto primordial para valorizar os cuidados com o meio ambiente.
Ao tratar sobre expectativas, o produtor é objetivo ao dizer que pretende “melhorar cada vez mais o produto”, mas espera que “os consumidores valorizem também o nosso trabalho no campo”.
Representatividade
Conforme o último Censo Agropecuário do Brasil, de 2006, a agricultura familiar sustenta a base econômica de aproximadamente nove de cada dez pequenos municípios brasileiros, além de contar com a empregabilidade de 40% da população economicamente ativa.
Incentivos presentes em políticas públicas nacionais, estaduais e municipais são fatores cruciais para o desenvolvimento e valorização do segmento.
Entretanto, a força dos pequenos produtores sem dúvidas está no trabalho diário exercidos por suas mãos e experiência do olhar criterioso, responsáveis por encher de forma saudável o prato dos brasileiros.
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