Dois policiais militares foram condenados pela Justiça Militar do Estado de Goiás à prisão pelo crime de corrupção passiva.
Na decisão, o juiz Gustavo Garcia condenou o 3° sargento Augusto César Rocha de Carvalho e o cabo César Antônio de Lima por praticar extorsão de um vigilante que possuía uma arma para o exercício da profissão.
O crime ocorreu no dia 21 de dezembro de 2017 no Jardim Nova Esperança, em Goiânia.
No inquérito, conversas de Whatsapp entre o sargento e o vigilante foram anexadas como evidências das negociações.
A sentença atribuída ao sargento Augusto foi de a 6 anos e 8 meses de prisão, enquanto a aplicada ao cabo César Antônio de Lima foi de 5 anos e quatro meses de reclusão.
As penas privativas de liberdade deverão ser cumpridas no regime semiaberto, em estabelecimento militar próprio.
O crime
De acordo com os autos, os militares estavam em serviço em 21 de dezembro do ano passado quando, por volta da 5h, abordaram a vítima.
O trabalhador dirigia um carro da empresa na qual trabalhava quando foi ordenado que parasse.
Em seguida, o sargento questionou se o vigilante possuía uma arma. Em resposta, o homem disse que havia uma pistola no porta-luva.
Apesar da arma ser registrada, o homem não tinha porte legal para transportá-la.
Foi então que o cabo se apossou da arma e o sargento, por sua vez, perguntou “como é que a gente vai desenrolar aqui?”.
Ao que a vítima respondeu, segundo os autos, “da melhor maneira possível”.
O vigilante chegou a sugerir que pagaria R$ 200 ou R$ 1 mil aos policiais. Eles, no entanto, riram da sugestão.
Questionada pelos policiais militares, a vítima disse que o valor de mercado da pistola estava por volta de R$ 4 mil.
Ficou acertado, então, que R$ 3 mil deveriam ser pagos para que os policiais devolvessem o objeto.
O valor poderia ser dividido em seis vezes. Um “quebra-galho”, teria dito o sargento.
Pagamento aos Policiais Militares
Ficou acordado entre eles que o pagamento seria feito na casa do supervisor do segurança, que foi informado sobre a situação pelo funcionário momentos depois da abordagem policial.
O primeiro pagamento chegou a ocorrer no dia 20 de dezembro de 2017 na presença dos dois policias.
Dias depois, a vítima denunciou o fato ao Subcomando da 27ª CIPM (Companhia Independente da PM), à qual são ligados os policiais condenados.
A vítima, então, foi encaminhada à Corregedoria da PM.
Em seguida, os militares foram presos em flagrante e, posteriormente, denunciados por corrupção passiva pela promotora Adrianni Almeida.
Quer receber mais notícias em tempo real?
Mande uma mensagem para o Whatsapp do Folha Z e se cadastre para ter as matérias especiais do Folha Z direto do seu celular!
É só adicionar o telefone do jornal à sua agenda e mandar o seu nome e a seguinte mensagem: “quero notícias em tempo real”.
Discussão sobre isso post