O discurso hoje será diferente. Estou a refletir nesse momento sobre a insatisfação humana de cada dia.
Se estamos gordos queremos emagrecer, se magros precisamos engordar. O cabelo escuro será clareado, se anelado precisa-se alisar, se liso faz-se cachos.
Em outro devaneio, se casado carece de amante, se solteiro precisa-se de casamento. Se por ventura nos dão amor, recusamos. Se não o sentimos, almejamos.
Se alto poderia ser um pouco mais baixo, se baixo deseja-se ser mais alto.
Se temos dinheiro ele nunca dá, se não possuímos, ai que saudade de quando portávamos aquela bagatela que nunca supria as necessidades.
Quando criança queríamos ser adultos e com a idade alcançada desejamos voltar a ser fedelhos.
Se o ano inicia pensamos no natal e com o dezembro chega nossas lástimas de que o tempo passou rápido demais.
Ao comprar uma roupa… bem que poderia ter sido a outra.
Sobre futebol nem vou argumentar já que nunca em tempo algum há satisfação.
Pois bem, de onde surge tanto descontentamento?
A consciência e o espelho são os maiores inimigos do ser humano. Tanto dissabor adoece os indivíduos. A contrariedade acarreta patologias, distúrbios, desconfortos pessoais. O pesar cega e limita a visão do horizonte.
Incontestável, a perfeição não existe! Em contrapartida o desprazer contínuo desencoraja e freia os desejos individuais e suprime a capacidade de perseguir os desejos invalidando uma possível satisfação.
Andréia Magalhães é docente na Estácio de Sá/GO, IPOG e Diretora na CGJGO
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