Foi medo
Nem idade (84 anos), nem necessidade de cuidar da saúde da mulher. Foi por medo de ser derrotado na última eleição que disputaria que o ex-presidente José Sarney (PMDB) abriu mão de brigar por mais oito anos como senador. A decisão não foi tomada da noite para o dia, segundo um assessor de Sarney. Foi com base em resultados de pesquisas de intenções de votos e na análise de vários cenários que levaram em conta, inclusive, a carreira da filha, Roseana Sarney.
As pesquisas, segundo esta fonte, mostram que o senador poderia ser facilmente derrotado em todos os possíveis cenários, independente dos apoios que receberia. E até os apoiadores de Sarney teriam minguado, ao logo dos anos. Derrotado nas urnas, ele poderia comprometer ainda mais o nome da filha. Achou melhor sair por cima.
Recuerdo
Em 2009, acusado de um esquema de contratações irregulares no senado, quando presidia a Casa, Sarney foi defendido pelo então presidente Lula. Na época, Lula disse que Sarney tinha história e não poderia ser tratado como uma pessoa comum.
Alívio
No PMDB, segundo um parlamentar do partido, a sensação é de um certo alívio, embora os cabeças da legenda façam questão de reconhecer a contribuição do ex-presidente para a política. A análise é que a saída de Sarney vai permitir oxigenar o PMDB.
Caso diferente
Situação um pouco diferente é a do senador Pedro Simon (RS). Um dos fundadores do PMDB, desde o MDB da época da ditadura, ele desistiu de se lançar em mais uma disputa porque disse querer sair vivo do senado. Aos 84 anos, Simon é considerado reserva moral na política brasileira, admitiu que vai sentir falta da convivência no Congresso e do cotidiano da política, mas disse que em determinado momento, todo mundo tem de ceder.
“Traição”
Perguntado se não haverá prejuízo para o Congresso com a saída dele da política, o senador brincou com este jornalista: “traição foi do [ex-presidente] Tancredo Neves e do doutor Ulysses Guimarães. Eles não tinham o direito de morrer” (risos).
Ciro simpático
Conhecido pelo temperamento forte e pelo pavio curto, o ex-ministro Ciro Gomes fez a alegria de uma ala petista e do mercado financeiro nesta semana. Ao anunciar o apoio do Pros à candidatura Dilma Rousseff ele pediu a saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Mais um engrossando o coro.
Teve Copa
Um colega da equipe de campanha da presidente Dilma estava todo eufórico com o sucesso da Copa, até agora. Disse que no Palácio do Planalto o clima está até aprazível, já que ainda não houve nenhuma das situações de caos anunciadas antes do evento. Nem as manifestações ocorreram como antes. O governo acredita que vai poder tirar proveito disso, depois.
Ele foi
Por falar em Copa, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que disse torcer para que a seleção perdesse a Copa para o Brasil voltar a discutir política foi fotografado no estádio em dia de jogo. Só não se sabe se torcendo a favor ou contra.
No mercado
Recém-saído da presidência e da carreira de magistrado do Supremo Tribunal Federal, o ex-ministro Joaquim Barbosa está na mira de grandes escritórios de advocacia e cursos de direito pelo país. Estima-se que o trabalho de Barbosa esteja avaliado em R$ 50 mil, por página de parecer. Como os pareceres são bem mais longos, a carreira na iniciativa privada vai agregar bastante á aposentadoria do ex-ministro.
Spray de pimenta
Recebeu parecer favorável do deputado Guilherme Campos (PSD-SP) o projeto de lei que permite que qualquer cidadão brasileiro possa comprar e portar o spray de pimenta, para se defender em casos de assalto e agressões. A crítica que o projeto vem recebendo é em relação à possibilidade de o produto ser usado por assaltantes e sequestradores para desequilibrar as vítimas e facilitar os crimes.
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