E agora?
Passado o susto da tragédia que matou o presidenciável Eduardo Campos (PSD), que estava em terceiro lugar nas pesquisas de intenção de votos, tucanos e petistas já tentavam vislumbrar o impacto do acidente nas campanhas, dos dois lados. A dúvida que ainda persiste é se a candidatura do PSB sai mais fortalecida com o nome de Marina Silva, que escapou de estar no mesmo avião e que por isso ainda ganha uma aura mística, ou se haverá uma migração de votos. A pergunta que os marqueteiros ainda se fazem é: como atrair os votos que Campos teria, se os eleitores desistirem de apostar em Marina Silva.
Agendas mudadas
Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) cancelaram as agendas, depois do ocorrido. Um ato de solidariedade, mas também para se aconselharem com assessores, para saberem o que dizer e como se portar, diante da situação e dos eleitores. Não sabem, por exemplo, se poderão fazer críticas ao programa que Campos ajudou a escrever. Até o treinamento de mídia que a presidente vinha fazendo para a entrevista no Jornal Nacional teria sido mudado. Assessores próximos destacaram a importância de a presidente abordar o assunto, no principal telejornal do país, de forma respeitosa e simpática.
Mudar de lado
Os caciques do PT de São Paulo estão de cabelo em pé diante da possibilidade do ex-presidente Lula virar a casaca, abandonar a candidatura do ex-ministro da Saúde, Paulo Haddad, ao governo, e apoiar Paulo Skaf (PMDB). É que nada faz a candidatura do ex-ministro decolar no estado, que se tornou um pesadelo para o Partido dos Trabalhadores. São Paulo se tornou um ninho tucano. Entregar o estado de bandeja ao PMDB seria menos doloroso.
Problema
O grande problema, segundo interlocutores, é que Skaf não estaria interessado no apoio de Lula, por estar bem posicionado entre investidores do mercado financeiro e no setor industrial. Se aproximar dos caciques do PT poderia surtir efeito contrário.
Escolha adiada 1
O ex-ministro Joaquim Barbosa já não dá mais expediente no Supremo Tribunal Federal e até agora não se fala em nomes para substituí-lo na alta corte. Enquanto isso, o STF continua com 10 ministros. A indicação só será feita pela presidente Dilma Rousseff depois das eleições. É que a equipe de governo entendeu que uma indicação de nome, antes da sucessão presidencial, pode ter reflexo nas urnas. Como não existe uma vitória consolidada….
Escolha adiada 2
Caso Dilma Rousseff seja eleita e caso o ex-presidente Lula dispute e saia vitorioso em 2018, todos os 11 ministros do STF terão sido indicados pelo PT. Mas isso não é problema, segundo garantiu o ministro Dias Toffoli, a este jornalista. O ministro garantiu que os magistrados atuam com independência e o que garantiria essa liberdade de ação é o fato de o cargo ser vitalício.
Resultado positivo
Por falar em Dias Toffoli, meu convidado da edição nacional do Jogo do Poder, que foi ao ar nesta quinta-feira, o ministro que também é presidente do TSE disse que há motivos de sobra para comemorar os resultados da lei da ficha limpa. É que esta vai ser a primeira eleição geral, totalmente regida pela lei. E na avaliação de Toffoli, os próprios partidos se encarregaram de barrar nomes que em outras épocas seriam lançados como candidatos. Ainda assim, ele admite que os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e o TSE ainda terão muito trabalho para julgar os processos de todos que foram barrados, por condenações colegiadas, mas insistiram se se lançar na disputa. Situação diferente de 2012, quando a Justiça Eleitoral não deu conta do trabalho que só terminou este ano.
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