Vingança
Se vingança é um prato que se come frio, os ministros do Supremo Tribunal Federal estão saboreando uma iguaria. É que à exceção do ministro Celso de Mello, todos os demais ex-colegas de Joaquim Barbosa estariam rindo à toa e comemorando o fato de a Ordem dos Advogados do Brasil ter negado a ele o registro de advogado. Uma fonte do STF, que por razões óbvias pede para não ser identificada, disse que em alguns gabinetes houve até pequenas comemorações pelo constrangimento público sofrido pelo ex-colega. É que Barbosa teria deixado inúmeros desafetos no STF, por causa das posições e do gênio forte. Já havia, segundo a fonte, bolsa de apostas à espera do acontecido.
O que aconteceu
A OAB negou o registro de advogado a Barbosa por causa da conduta dele, quanto era ministro do Supremo, época em que teria atacado a categoria dos advogados e ferido o estatuto da profissão. A decisão cabe recurso e é evidente que Barbosa vai poder tirar a carteira dele. Mas é inegável o desgaste.
O que significa
Aposentado ainda jovem, Barbosa já está na mira dos maiores escritórios de advocacia do País, como dito aqui, nesta coluna, em ocasiões anteriores. Ele pode funcionar como chamariz para grandes clientes, para grandes causas, aquelas que rendem fortunas aos advogados. Sem contar que uma página de parecer do ex-ministro já estaria sendo estimada em R$ 50 mil. Até tirar o registro, Barbosa vai ter de se contentar com o salário de R$ 26.723,13, mais o que ganhar em eventuais palestras.
Juiz sem rosto
Por falar em Judiciário, a Justiça Federal se prepara para começar a aplicar a Lei 12.694/12, aprovada com a promessa de proteger juízes criminais que têm a missão de julgar integrantes de grupos organizados ou facções criminosas. Pela norma, esses casos poderão passar a ser analisados por um colegiado e não apenas por um único juiz. É uma forma de evitar que um condenado identifique um autor de uma sentença. O pedido para a criação do colegiado deve ser feito pelo juiz responsável pelo processo, em decisão fundamentada, com a indicação dos motivos e das circunstâncias que acarretam risco à sua integridade física.
Artilharia pesada
O acirramento da disputa entre a ex-ministra Marina Silva e o senador Aécio Neves pelo segundo lugar nas pesquisas de intenções de votos fez e equipe da candidatura petista retirar da gaveta a pilha de documentos que compõem um suposto dossiê sobre o ex-governador mineiro. É que desde o início, imaginava-se que Aécio Neves seria o principal adversário de Dilma Rousseff, mas a morte de Eduardo Campos e a série de acontecimentos que vieram depois mudou tudo e a ex-seringueira foi alçada à segunda posição. Mas bastou a possibilidade de Aécio estar no segundo turno com Dilma Rousseff para os dados do ex-senador voltar a ser peneirados pela equipe petista. É artilharia pesada, segundo um parlamentar petista que pede anonimato.
Uma perda
E não há de se negar que os ataques à imagem de Marina Silva, nas últimas semanas, representam um grande prejuízo para uma causa que interessa a todos: a ambiental. Marina Silva se consolidou como liderança global quando o assunto é meio-ambiente. Mas ao ser ligada a banqueiros, agronegócios e uma série de investidores, a imagem da ex-senadora saiu arranhada e a causa perde força. Uma pena. Todos perdem. Independente do resultado das eleições.
Às moscas
Está difícil a vida dos funcionários da TV Senado e da TV Câmara. Com os parlamentares nos estados, se dedicando exclusivamente às campanhas, está sendo um desafio manter a programação no ar. Parte dela tem de ser ao vivo, e do plenário, mas os plenários estão às moscas.
Discussão sobre isso post