Chumbo grosso
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) poderá cair no olho do furação do escândalo da Petrobrás, nos próximos dias. Uma fonte da Casa informou, com exclusividade, que no meio da campanha do segundo turno devem ser feitas revelações que comprometem diretamente o presidente. Membros da cúpula do PT já estariam traçando estratégias para blindar o governo e a presidente Dilma Rousseff, para evitar que as revelações respinguem na candidata.
Banda podre
Segundo a mesma fonte, as revelações que estão para vir à tona apanharam de surpresa não só o governo, mas os próprios aliados de Renan Calheiros. Já estaria claro para a equipe de governo que é preciso tratar os envolvidos como “banda podre” que precisa ser extirpada. Aguardemos.
Estratégia tucana
Um animado senador tucano, que pediu para não ter a identidade revelada, confidenciou a este jornalista na quarta-feira que o resultado das urnas no dia 5 de outubro fez o PSDB clarear de uma vez a estratégia para virar o jogo neste segundo turno: bater muito na presidente Dilma, um pouco no PT e nada no ex-presidente Lula. Quando perguntado sobre o porquê da gradação da investida, o senador explicou: uma parcela da população está insatisfeita com o atual governo, descontente com o partido, mas reconhece que o ex-presidente Lula melhorou as condições de vida da população, sobretudo a mais carente. É esta parcela que pode fazer a diferença. O próprio PSDB, segundo ele, reconhece isso, mas não pode assumir publicamente. Seria elogiar o inimigo.
Enquanto isso…
A estratégia do PT vai ser agredir fortemente o adversário Aécio Neves, sobretudo os pontos frágeis do senador, além de fazer comparativos entre os governos PT e PSDB. O dossiê Aécio já está sendo cuidadosamente saboreado. E os petistas não pretendem retribuir o tratamento e poupar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Prova disso é a exploração das declarações recentes de FHC a respeito do crescimento do PT nos grotões.
Guerra virtual
Mais que no primeiro turno, nesta segunda fase da disputa, o principal território das duas candidaturas vai ser a rede social. É que elas são tomadas principalmente pelos jovens, que não têm muita condição de comparar governos.
Ressaca eleitoral
Os corredores da Câmara e do Senado ainda estão vazios, porque muitos parlamentares permaneceram nos estados, tentando se recuperar da ressaca eleitoral. Os que estiveram em Brasília, nesta semana, foram para reuniões de cúpula dos partidos para discutir alianças neste segundo turno. Com isso, vários assuntos continuam emperrados. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania, por exemplo, a mais importante das comissões, não conseguiu quórum para votar absolutamente nada na segunda nem na quarta-feira.
Na corda bamba
Nove deputados federais eleitos no dia 5 de outubro ainda não sabem se poderão ser diplomados, no dia 19 de dezembro. É que eles foram barrados pela Lei da Ficha Limpa e concorreram às eleições resguardados por decisões liminares. São eles: Arthur Lira (PP-AL), Beto Mansur (PRB-SP), Caetano (PT-BA), Capitão Augusto (PR-SP), Carlos Andrade (PHS-RR), Carlos Gaguim (PMDB-TO), João Rodrigues (PSD-SC), Moema Gramacho (PT-BA) e Roberto Góes (PDT-AP).
De carona
Não se trata de uma informação inédita, mas vale para reflexão: apenas 36, dos 513 deputados se elegeram com votos próprios este ano. Todos os demais 477 só vão assumir os cargos por causa dos votos do partido ou da coligação. Está aí um dos motivos que fazem a reforma política não andar no Congresso Nacional. Entre as propostas está exatamente a mudança que faria com que os 513 mais votados assumissem os cargos. Como em time que está ganhando não se mexe…
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