Nesta quarta-feira (22/10), data em que essa coluna vai ao ar, a televisão norte-americana atingiu um recorde dos anos recentes. Já estamos quase chegando em novembro e, inacreditavelmente, nenhuma das estreias da temporada de outono foi cancelada. Quem está acostumado com volatilidade e as incertezas que rondam as programações nesse período sabe que o recorde é, sim, de impressionar.
Mantendo em mente que a “Fall Season” se inicia no dia 21 de outubro, vamos às comparações:
2013 – o primeiro cancelamento chegou em 4/10 e a vítima foi “Lucky 7”, da ABC.
2012 – a data era 10/10 e a cancelada, “Made in Jersey”, da CBS.
2011 – novamente 4/10, mas com o cancelamento de “The Playboy Club”, da NBC.
O histórico revela decisões tomadas pelos mandatários das emissoras com apenas duas semanas ou menos. Ou seja, séries canceladas depois da exibição do piloto. Talvez isso não demonstre péssima qualidade nas produções (não obrigatoriamente, pelo menos), mas sim imediatismo e visão curta dos “showrunners”.
Só boas estreias?
Enquanto isso, 2014 se mostra um ano atípico nesse mar de verba desperdiçada com programação ruim. A começar pela “Summer Season”, que trouxe ficções científicas e outros produtos de conteúdo interessante, além dos costumeiros realities. E, na data de hoje, já ultrapassamos a marca de um mês do início dessa temporada e nada de cortes.
(A temporada de verão na TV e o que começar a assistir 1
A temporada de verão na TV e o que começar a assistir 2)
Mas isso não quer dizer de forma alguma que só vimos coisas boas de setembro pra cá. “Utopia” e “Selfie” falam mais do que qualquer outra argumentação possível. Mas algumas análises podem ser feitas quanto aos temas preferidos pelos produtores.
Ao contrário dos últimos anos recentes, em que a tônica de quase todos os seriados era voltada para o sobrenatural (vampiros e lobisomens) adolescente, em 2014, os super-heróis são a bola da vez. Na onda de sucesso dos bons filmes entregues pela Marvel Studios, esse ano tivemos “Gotham” e “Flash” e ainda teremos “Constantine” (além das intermináveis promessas da DC para outras séries, como a da Supergirl.
Uma possível explicação para os bons números é o fato de estarmos no início de uma tendência. No futuro próximo, entraremos na bolha da recessão e nem os heróis mascarados nos salvarão da era de plástico. A verdade é que são tudo fases. Mas “quis custodiet ipsos custodes?”.
Marco Faleiro é estudante de jornalismo e já tem mais de duas mil horas de seriados assistidos – [email protected]
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