Inimigo no comando
Já é de temor o clima no Palácio do Planalto, diante da possibilidade do deputado Federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser eleito o próximo presidente da Casa, a partir de janeiro. Atual líder do PMDB, Cunha já deu trabalho à presidente Dilma Rousseff este ano. Não é segredo para ninguém que os dois não se gostam, nem um pouco. Foi Cunha quem articulou a criação do blocão rebelde, que reuniu mais de 200 parlamentares, para pressionar o Palácio do Planalto. O fogo amigo fez estragos e a equipe de governo sabe que na presidência da Câmara o deputado fica ainda mais forte.
Inimigo no comando 1
Pelo menos um jogo de cena o vice-presidente Michel Temer já fez. Anunciou publicamente que não é bem assim, que o ideal é conversar com o PT, porque caberia ao partido de Dilma comandar a Câmara. Internamente todos os peemedebistas já dão como certa a posse do deputado, no comando da Casa. Isso significa que ele deve se impor para o Palácio e não aceitar pressões para colocar este ou aquele projeto na pauta. E como Dilma já sabe que tanto do ponto de vista econômico quando do ponto de vista político, 2015 vai ser um ano complicado, ter um inimigo do outro lado da Praça dos Três Poderes é o primeiro grande desafio. Um desafio com cheiro de derrota.
Recuerdo
Eduardo Cunha foi o deputado que tentou incluir na MP dos Planos de Saúde um dispositivo que passava a mão na cabeça das operadoras de todo o país. O incremento foi vetado, mas previa que se as operadoras cometessem entre duas e cinquenta infrações, elas pagariam multas referentes a apenas duas. Se cometesse mais de mil infrações, só pagaria por 20 delas.
Divórcio a caminho
O primeiro mandato ainda nem terminou, mas os caciques do PSDB já mandaram avisar à presidente Dilma Rousseff que o partido terá candidatura própria ao Palácio do Planalto daqui a quatro anos. Vão ser adversários do PT e do presidente Lula, que deve voltar a disputar um terceiro mandato. Isso significa que a lua de mel entre as duas legendas, que têm as maiores bancadas nas duas casas do Congresso, não deve passar de dois anos.
E agora, Marina?
Nos bastidores do Congresso, soou como tentativa de sobrevivência o vídeo divulgado pela ex-ministra Marina Silva, dizendo que a presidente Dilma Rousseff terá de adotar as medidas defendidas por ela, durante a campanha. É que além de setores magoados no PSB, um grupo que antes estava empolgado com a possibilidade de criação da Rede Sustentabilidade perdeu o entusiasmo, ao perceber o tom personalista que a conversa começou a tomar. Alegam que a legenda corre o risco de ser criada em torno de um nome só.
Magoou
Por falar em Marina Silva, o pronunciamento da ex-ministra, anunciando apoio ao senador Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições não poderia ter causado estrago maior na estrutura do PSB, partido que a abrigou, quando ela não conseguiu criar a Rede Sustentabilidade e que apoiou a candidatura dela a presidente, depois da morte de Eduardo Campos. O desabafo foi feito a este jornalista, pela líder do PSB no Senado, a senadora baiana Lídice da Mata. Segundo Lídice, o partido que já estava dividido e arrasado com a morte do maior líder que tinha, ficou em choque.
Futuro
O futuro do PSB, segundo Lídice da Mata, está sendo definido aos poucos e que ainda é cedo para definir a posição das bancadas do partido na Câmara e no Senado, em relação ao segundo mandato de Dilma Rousseff. É que oficialmente o PSB apoiou Aécio Neves, mas na Bahia, por exemplo, a decisão foi por apoiar Dilma Rousseff. Uma das correntes mais fortes é de que os parlamentares devem ficar independentes.
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