Gazeteiros no Congresso
E não é que tanto tempo depois do segundo turno das eleições, cerca de 40 por cento dos parlamentares ainda não retornaram a Brasília? Eles continuam nos estados ou em viagens e não deram as caras. Evidentemente, continuam recebendo os salários. E mesmo os que retornaram estão em ritmo cada vez mais lento. O marasmo chegou a tal ponto que o líder do PMDB, Eduardo Cunha, disse que a quarta-feira tornou-se a nova quinta-feira no Congresso. Na quinta, já é dia de corredores, comissões e plenários vazios.
Funciona assim
A rigor, Câmara e Senado deveriam, funcionar a todo vapor na terça, quanta e quinta-feira. Segunda e sexta seria dia de trabalho dos parlamentares nos estados. Só que, em ritmo de fim de ano e de mandato, os parlamentares têm chegado atrasados na terça, trabalhando com um pouco mais de afinco na quarta e indo embora na quarta à noite ou na quinta de manhã. Isso em um período de votações importantes, como a mudança na Lei de Diretrizes Orçamentárias, definição de nova equipe de governo, projetos que ainda estão na pauta e fechamento de legislatura.
Eu disse…
Há meses eu escrevi uma nota aqui na coluna informando que devido ao clima de cobrança, ministros e assessores próximos da presidente Dilma Rousseff tinham medo de passar a ela informações negativas a respeito da economia e do próprio governo. Por causa desse medo, algumas meias verdades teriam sido ditas ao longo do mandato, sem dar a real situação de alguns setores importantes para a administração do país. E foi justamente o que aconteceu. O desempenho da economia e das contas públicas chegou a surpreender, de certa forma, o alto comando do Palácio do Planalto, justamente porque nem todos os informes repassados nas reuniões pintavam a situação com as tintas que o quadro exigia.
Animado
Se depender do entusiasmo e do fôlego do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), o Palácio do Planalto pode desistir de minar a candidatura dele à presidência da Câmara. O deputado revelou, em entrevista que vai ao ar no Jogo do Poder de quinta-feira, dia 4 de dezembro, que tem participado de até três jantares por noite e vai percorrer os estados para se encontrar com deputados em busca de votos para assumir o comando da casa. Negou que haja um clima de animosidade entre ele e a presidente Dilma Rousseff, mas admitiu que se for eleito vai administrar a Câmara sem “submissão” aos desejos da Presidência.
Animado 2
Eduardo Cunha, que já foi reeleito líder da bancada peemedebista para o próximo ano, disse que vai exigir diálogo com o Palácio e admitiu que o discurso dele tem atraído a simpatia de deputados e partidos da oposição. Eduardo Cunha é um dos defensores de uma nova CPI para investigar os escândalos da Petrobrás, mas disse não acreditar no envolvimento da presidente Dilma Rousseff no suposto esquema de desvio de dinheiro da estatal. O problema, segundo o deputado, foi gerado a partir do momento em que a Petrobrás se viu desobrigada a cumprir a Lei de Licitações, com a justificativa que precisava ter mais liberdade para competir com as grandes petrolíferas mundiais.
Engavetados
Pelo menos 700 processos de anistiados políticos estão na mesa do ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, aguardando despacho para pagamento das indenizações. E estão lá há meses, segundo uma fonte do ministério. Cardozo simplesmente estaria ignorando o apelo das vítimas e das famílias das vítimas, já que muitas morreram sem nenhum tipo de reparação por parte do Estado. Uma das justificativas seria a dificuldade de caixa nesse fechamento de mandato. O problema é que as perspectivas para 2015 não são das melhores.
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