Neste domingo, dia 7 de dezembro, o maior jogador e maior ídolo da história do Goiás Esporte Clube pendurou as chuteiras, ou melhor, as luvas. Após 15 temporadas e 831 jogos, Harlei de Menezes da Silva agora é o ex-goleiro esmeraldino.
Contratado em 1999, logo de cara Harlei enfrentou o primeiro grande desafio no Goiás: se firmar com a camisa esmeraldina após defender a camisa colorada (Vila Nova). Isso foi fácil. Mais fácil ainda foi ser titular no time de Hélio dos Anjos, campeão da série B daquele ano.
Currículo vitorioso
Harlei viveu anos de glórias no Goiás. Foi tricampeão da extinta Copa Centro-Oeste, participou da melhor campanha do time em Campeonatos Brasileiros, disputou a única Copa Libertadores do clube, foi vice-campeão da Sul-americana, ganhou mais uma série B (2012), sem contar os Campeonatos Goianos. Em todos esses feitos, o goleiro foi protagonista.
Demonstrou gratidão ao clube, teve propostas e não saiu, honrou a camisa esmeraldina, tornou-se o grande nome da equipe, referência e ídolo de grande parte da torcida. Infelizmente faltou a diretoria respeitar a história do jogador e mostrar a importância do goleiro para o time.
Harlei pára de jogar em uma temporada em que entrou em campo uma única vez, contra o CRAC pelo Goianão. Aos 42 anos, o goleiro não teve nem de longe o que merecia. Faltaram homenagens e o principal: respeito. Em tempos que é difícil, ou quase impossível, a identificação de um jogador com uma equipe e uma relação duradoura entre atleta e clube, Harlei vestiu a camisa 1 do Goiás por 15 anos e, por muitas vezes, saiu de campo como saldador da Pátria.
Barrado injustamente. Harlei foi mal tratado e injustiçado
Diferentemente de outros goleiros, como Marcos e Rogério Ceni, tratados como ídolos pelos dirigentes de Palmeiras e São Paulo, respectivamente, Harlei foi mal tratado e injustiçado. O goleiro amargou por um ano e meio o banco de reservas da equipe esmeraldina após uma decisão arbitrária do treinador Enderson Moreira, acatada pela diretoria, que foi omissa.
Faltou pulso de João Bosco Luz, então presidente do clube, atitude de Marcelo Segurado, diretor de futebol, e a intervenção de Hailé Pinheiro, mandatário máximo do clube. Talvez tenham compactuado com a decisão de Enderson, ao meu ver, sem justificativas plausíveis. Desde então, Renan, contratado para ser o sucessor da camisa 1, assumiu o posto e tem feito um bom papel.
Encerrar a carreira como um mero coadjuvante onde fez história e participou das grandes conquistas é um sinal de ingratidão da diretoria esmeraldina, que não soube valorizar o goleiro Harlei e agora deve dar a ele um cargo como gestor. Que o torcedor saiba enxergar o que o “número 1” fez, principalmente, debaixo das traves e que a diretoria valorize os jogadores da história do clube, que não tem grandes títulos, mas sim grandes nomes.
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