Cadê o Aécio?
Parte da cúpula do PSDB está indignada com o posicionamento ou a falta de posicionamento do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Na terça-feira, dia de acareação entre os ex-diretores da Petrobrás, Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, o ex-candidato a presidente não estava no Congresso para surfar na onda. Perdeu a chance de fazer discursos, marcar território, hastear a bandeira tucana. Não estava também para votar a meta fiscal, que deu tanto pano pra manga. O remendo foi um vídeo postado pelo senador, nas redes sociais. Pegou mal. Na quarta, embalado pelos manifestantes, ele foi à forra.
Abrindo espaço
Para os defensores dos nomes do senador eleito José Serra e de Geraldo Alckmin como presidenciáveis tucanos daqui a quatro anos, o sumiço do senador mineiro que tem ido pouco a Brasília após a eleição é um alívio, porque abre terreno aos paulistas. O problema, segundo esses mesmos tucanos, é que enquanto Aécio Neves some a oposição perde espaço e o PSDB deixa de cumprir, na plenitude, o papel que poderia cumprir e que se espera dele, como principal legenda da oposição.
Todos felizes
Não podia ter sido mais amena, pelo menos publicamente, a reunião da presidente Dilma Rousseff com os líderes dos partidos no Congresso no início da semana. Até o deputado federal e líder da bancada do PMDB, Eduardo Cunha, era todo sorrisos. Pelas fotos e pelo clima, os dois pareciam amigos de infância, mas Eduardo Cunha preparava o bote.
O bote
Um dia depois, na terça-feira à tarde, o deputado se lançou oficialmente candidato à presidência da Câmara, para desespero de parte do PMDB e do Palácio do Planalto. Na candidatura, nenhuma novidade. O problema foi a antecipação do anúncio, um mês antes da eleição. Com a manobra, Cunha esvazia qualquer possibilidade de um levante para tentar fazê-lo mudar de ideia. E olha que até o vice-presidente Michel Temer tentou. No Palácio a avaliação foi de que é preciso tentar abraçar o porco espinho sem apertar muito. Afagar sem se aproximar demais.
Disputa acirrada
Primeiro ninguém queria, mas bastou o caso do deputado André Vargas (PR) estourar para o cargo de presidente da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar voltar a atrair a atenção de quem gosta de holofotes na Câmara. Os maiores partidos da Casa estão de olho para indicar candidatos e o atual presidente, Ricardo Izar Júnior (PSD-SP) bem que gostaria de continuar na função, mas o partido não quer. O PSD teme conflito ético nas relações com o Planalto, visto que vez ou outra tem um petista na berlinda.
Causa própria
Ficou para a semana que vem a discussão e votação da proposta que aumenta os salários dos deputados. Que todos querem aumento é certo. A dúvida é sobre qual caminho seguir. Um seria reajustar os salários de acordo com o acumulado do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o que elevaria os vencimentos de R$ 26 mil para R$ 33 mil. A segunda hipótese é aprovar uma PEC que equipara e atrela os salários de ministros, deputados, senadores e presidente e vice da República aos vencimentos dos ministros do STF. Assim, toda vez que o salário dos ministros subir, sobem os demais. Agora, os salários seriam elevados a R$ 35 mil.
Jeitinho
Além dos valores, chama a atenção o fato de o assunto ser empurrado para os últimos momentos de trabalho no Congresso. E não há dúvida de que a aprovação está garantida.
Punição
Não foi muito bem recebida por toda a bancada petista no Congresso a decisão do diretório nacional de aprovar um documento determinando a expulsão sumária de qualquer filiado que se envolver em esquema de corrupção. A ala mais esquerdista do PT comemorou e avaliou como uma volta às origens. Mas um parlamentar revelou a este jornalista que há um certo temor quanto a possíveis exageros.
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