Espancamento de projeto
O termo é um velho conhecido por todos os ex-ministros e ex-assessores da presidente Dilma Rousseff, desde quando ela era ministra de Minas e Energia, no governo do ex-presidente Lula, e se tornou um tema recorrente na Esplanada dos Ministério, desde a última semana de dezembro. O nome foi dado porque é assim que os ministros sempre se sentiram toda vez que iriam apresentar um projeto à presidente. Ao tentar compreender a propostas e procurar brechas, a presidente Dilma sempre fez ataques ferrenhos às novas ideias, fez todo tipo de crítica, todo tipo de questionamento. Seria, como ela mesma definiu, uma forma de ver a ideia como imagina que a oposição faria.
Espancamento de projeto 2
Por causa da crise na Petrobrás e do desgaste que sofreu, principalmente no ano passado, a presidente Dilma começou o segundo mandato com olhos e ouvidos ainda mais abertos. E a nova equipe de ministros sabe disso. Tanto sabe que os novos já foram devidamente catequizados justamente para apresentarem apenas projetos que suportem o chamado espancamento. É que além de querer recuperar a imagem que sofreu desgastes, a presidente sabe que tem apenas três anos para limpar a imagem do PT, que tem projetos para a volta do ex-presidente Lula em 2018.
O problema
O problema, segundo um assessor das antigas, que se manteve na equipe da presidente, é que Dilma Rousseff precisa conquistar muito mais que a simpatia do eleitorado. Até dentro do PT a presidente sofreu desgastes. Principalmente na definição da nova equipe ministerial. Ao buscar para perto dela pessoas tão distintas, ela acabou ferindo os brios de petistas históricos, da área mais esquerdista, e adota uma postura mais próxima das bandeiras que o PT mais atacou. A mudança de regras no seguro desemprego e no acesso a benefícios trabalhistas é apenas um dos exemplos.
Uma coisa por vez
Mas antes de tentar limpar a barra com o PT, a presidente Dilma Rousseff vai dedicar todo o mês de janeiro a melhorar as relações com os parlamentares da chamada zona neutra, no Congresso. Tratam-se daqueles que pertencem aos partidos aliados, mas que ainda não se debandaram para o lado do peemedebista Eduardo Cunha, que o PT terá de engolir na presidência da Câmara. Ao mesmo tempo, a Casa Civil foi chamada a ajudar a secretaria de Relações Institucionais para, junto com o vice-presidente Michel Temer, garantir que Eduardo Cunha se comporte, no máximo, como desafeto e não como inimigo, na hora de escolher os projetos que serão colocados em pauta na Câmara.
Vaidades tucanas
A princípio era dado como certo que na oposição no Senado os holofotes seriam disputados inicialmente apenas pelos ex-candidatos a presidente José Serra e Aécio Neves, o que já causava um certo alvoroço antecipado nas conversas no Salão Azul do Congresso. Mas como quem não quer nada, que já está roubando a cena é Ronaldo Caiado (DEM-GO). Articulado, o parlamentar tem um trunfo para ocupar mais espaço na mídia e decidiu que vai abusar do artifício, a partir deste ano. Como é de Goiás, terá mais tempo de permanência em Brasília, estará mais à disposição dos jornalistas para entrevistas e para os trabalhos na Casa.
Além de Caiado
Além de Caiado, no mesmo PSDB um outro nome sempre rouba a cena e tanto Aécio Neves quanto José Serra, que estão de olho em 2018, sabem que precisam ofuscar um pouco a atuação do paranaense Álvaro Dias. Por muito tempo, o senador Álvaro Dias foi a única voz da oposição a se pronunciar contra o governo, mesmo quando a popularidade de Lula e Dilma estavam nas alturas. O registro ficou e agora os colegas de bancada terão de lidar com isso.
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