O mercado de transferências do futebol brasileiro tem evidenciado uma situação que se agrava ano após ano. Os clubes brasileiros estão quebrados. E essa frase não se restringe apenas aos times pequenos e médios, os grandes também passam por sérias crises financeiras e esse período de contratações e renovações de contratos deixa isso claro.
Santos, Corinthians, Fluminense, Botafogo, Grêmio, Flamengo. Esses são alguns exemplos de times grandes que vão mal das pernas. O Santos, por exemplo, com salários atrasados, viu Edu Dracena, Leandro Damião, Aranha, Arouca e Mena entrarem na Justiça contra o clube. Já o Fluminense, sem a Unimed, é agora um filho órfão. Já perdeu Carlinhos, Rafael Sóbis e, provavelmente, perderá Conca e Fred.
Empresta ou deixa ir à Justiça
Além do número excessivo de jogadores que entram na Justiça para cobrar salários e demais direitos atrasados, outra ação que ocorre de forma corriqueira e que tem sido adotada pelo clubes para amenizar a folha salarial e tentar mantê-la em dia, é emprestar jogador sem custos e dividir o salário do atleta. Essa é a negociação mais comum do futebol brasileiro atualmente.
É óbvio que as más administrações contribuíram e contribuem para esse cenário desolador, mas os jogadores também são culpados. A supervalorização de uma temporada para outra é algo surreal. Cada renovação de contrato exige muito dinheiro por parte dos clubes. Os atletas querem ganhar o dobro, mas não é somente aumentar o salário em 100%, é multiplicar por dois uma “conta” mensal de R$250 mil, R$200 mil, R$300 mil. Enfim, é muito dinheiro. Os times não aguentam. É uma “facada” atrás da outra. E se não aceitarem, se não pagarem o valor pedido, o adversário aceita, fecha com o jogador e ainda o leva de graça.
Sem grana, sem charme
A falta de dinheiro também fez com que o futebol brasileiro perca um pouco do charme e não seja mais tão atrativo. Jogadores são vendidos aos montes, até mesmo para países onde o nível do futebol é extremamente inferior ao nosso. E olha que o nosso vai muito mal das pernas.
É quase impossível competir com o mercado chinês e com os petrodólares do Catar e dos Emirados Árabes. Sem falar na Europa e seus países tradicionais, como Espanha, Inglaterra e Alemanha e até mesmo lugares menos expressivos como Portugal.
E essa história não se limita aos jogadores. Os treinadores estão inflacionados tanto quanto os atletas. É um absurdo pagar R$700 mil por mês (como alguns ganham) para uma pessoa treinar um time, fora os bichos e premiações. O clube quebra mesmo.
O reflexo já é sentido nas fracas contratações e nas renovações que se arrastam por semanas, as famosas novelas. E quantas dessas já tivemos nesses últimos 50 dias? Muitas.
Em Goiás não é diferente
Como não podia ser diferente, os times goianos também passam por maus bocados quando o assunto é dinheiro. No Goiás, o presidente Sérgio Rassi foi obrigado a adotar um teto salarial. No Dragão, a crise financeira chegou forte e a barca atleticana saiu cheia. As contratações foram poucas e as indefinições são muitas. O Vila Nova também não foge à regra e investe o pouco que tem em atletas baratos e desconhecidos. Essa é a realidade do futebol canarinho.
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