Imprensa goiana na berlinda
Contenção de despesas ou reformulação no quadro de pessoal do jornal “O Popular”? Sinceramente, isso é o que menos importa. As demissões dos jornalistas Wanderley Faria, Karla Jaime, João Carlos Faria e Rosângela Chaves no último dia 2 de abril precisam ser analisadas sob outro prisma. É cada vez mais flagrante o empobrecimento jornalístico em Goiás. As redações de rádios, jornais, tevês e sites estão se divorciando dos profissionais experientes, justamente aqueles que promovem melhor análise e equilíbrio na cobertura dos fatos.
Diga-se de passagem que a renovação é salutar em qualquer atividade profissional, desde que não comprometa o resultado final. A baixa concorrência entre veículos de comunicação, principalmente na capital, tem proporcionado imediatismo na busca da notícia e sobrecarga de trabalho em equipes cada vez mais diminutas. Tudo se resume em crise financeira, atraso de salário e enxugamento de pessoal. O resultado são coberturas jornalísticas muito parecidas – até mesmo nos erros – e escassez de profissionais qualificados.
Em resumo: a mídia local está no piloto automático, totalmente sem motivação e entusiasmo. Concorrência mesmo só entre emissoras de tevê (Serra Dourada, Record e Anhanguera) no horário do almoço. Muito pouco para um mercado que já presenciou fortes disputas entre jornais diários, semanários, radiojornalismo e crônica esportiva. Alguém pode até ponderar, e com razão, que o fenômeno é nacional, contudo não deixa de ser latente a limitação de quem faz e de quem banca o mercado jornalístico goiano.
Mais do mesmo
Alguns assuntos têm gosto de café requentado, entretanto não podem ser ignorados. Confira uma breve sequência do Vale a Pena Ver de Novo (?):
– Os brigões Ronaldo Caiado e Demóstenes Torres decidiram agir como se nada tivesse acontecido. Mas se enganam ao imaginar que o festival de impropérios da semana passada irá cair no esquecimento. Novo round entre o senador e o procurador de Justiça, ex-aliados, interessa muito aos Governos Dilma (PT) e Marconi (PSDB);
– Caiado e Demóstenes, aliás, se dizem preparados para um tiroteio de consequências imprevisíveis. Interlocutor privilegiado admite que a mágoa e o ressentimento são maiores do que em crises conjugais. “Um não admite a hipótese do outro sair por cima nessa disputa”, observa;
– Padre Luiz Augusto é denunciado por ser funcionário fantasma da Assembleia Legislativa desde 1995, assume publicamente a ilegalidade, mas um mês depois permanece onde está;
– A propósito, Fernando Krebs declara não ter tido acesso até hoje ao dossiê funcional do padre Luiz Augusto. Logo o promotor que recebeu em seu gabinete a ilustre visita de diretores e do presidente da Assembleia Hélio de Sousa (DEM) para tratar do assunto;
– Técnico Hélio dos Anjos volta ao comando do Goiás pela quinta vez com a missão de dar mais personalidade ao time. Para alegria do diretor Harlei Menezes, dos funcionários do clube e desconfiança geral dos torcedores;
– A desclassificação do Atlético causou grande mal estar no CT do Urias Magalhães. Teve torcedor reclamando da falta de time, da pontaria do Pedro Bambu, da dependência do goleiro Márcio e até de “praga” pela escolha do empresário Maurício Sampaio para a presidência do clube. Sampaio é acusado de ser o mandante do assassinato do cronista Valério Luiz em 2012;
– Presidente regional do PMDB, Samuel Belchior queria ter deixado o partido em 2014. A pedidos, decidiu permanecer até outubro deste ano. Depois ficou sabendo pela imprensa que seria trocado por Sandro Mabel em maio. Empinou a carroça e disse “daqui não saio, daqui ninguém me tira” nos próximos seis meses.
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