Reunião no final da manhã de hoje entre o prefeito Paulo Garcia e auxiliares no 6º andar do Paço Municipal despertou as mais variadas reações. Ao agradecer sua equipe pelo empenho e reafirmar que o enxugamento da máquina administrativa será feito, com ou sem o respaldo da Câmara, o petista deixou servidores comissionados do 1º e 2º escalões com a pulga atrás da orelha.
Alguns demonstraram profundo abatimento com a certeza de que serão dispensados em breve, outros sinalizaram para a agência bancária com o gesto de último pagamento e um terceiro grupo decidiu soltar cobras e lagartos contra o secretário de Finanças Jeovalter Correia, apontado como o mentor das mudanças. Mesmo com a animosidade dos colegas, Jeovalter não recuou um milímetro na proposta de profunda redução de gastos.
Clima Pesado
Presenciado com exclusividade pela reportagem do jornal Folha Z, o clima ficou pesado nos bastidores do auditório. Paulo Garcia sinalizou que pode não esperar o resultado da votação na Câmara Municipal, onde há resistência até mesmo entre vereadores da base governista, e promover na próxima semana exonerações e esvaziamento da máquina administrativa via decreto. A medida, segundo ele, seria uma espécie de sinalização para os parlamentares de que o Executivo está propenso a cortar na própria carne.
A proposta de reforma administrativa enfrenta três sérios entraves: péssima articulação política do Paço, vereadores contrariados com a inevitável perda de espaço na administração e o lobby dos servidores ameaçados pelo corte nos gastos. Os movimentos grevistas nas áreas da saúde e educação serviram para aumentar os ingredientes de ebulição. Qualquer faísca pode se transformar em incêndio de grandes proporções.
E no centro da polêmica está o prefeito Paulo Garcia. Extremamente desgastado, porém com 20 meses de governo pela frente. Poucos acreditam que ele consiga se recuperar e reverter a rejeição que oscila entre 70% e 80% nas pesquisas mais recentes. As obras espalhadas pela cidade podem representar a luz no fim do túnel para uma inesperada recuperação, afinal a esperança é a última que morre. Entre a teoria e a prática, o prefeito será obrigado a se transformar num super-herói para retirar, quase sozinho, uma série de obstáculos do caminho.
Discussão sobre isso post