O resgate da Comurg
Antes da troca de um nome – Ormando Júnior – por outro nome – Edilberto Dias – a mudança no comando da Comurg precisa ser conceitual. A maior empresa do município, com cerca de 10 mil servidores, assumiu desde 2001 funções acima da sua capacidade. Virou solução imediata para todos os problemas, entre eles cargos para indicações políticas, destinação de material a terceiros e conclusão de obras relacionadas a outras pastas.
Voltar às origens
A Companhia de Urbanização de Goiânia, desta forma, somente terá salvação se voltar a cuidar estritamente das suas responsabilidades, que não são poucas. E de nada adianta PT e PMDB trocarem acusações sobre excessiva politização da empresa. Foram nos últimos 15 anos que a Comurg deixou de ser referência em limpeza, em qualidade de vida, para protagonizar sucessivas manchetes de inchaço funcional, supersalários e frágil manutenção do seu maquinário.
Inversão de valores
Alguma coisa acontece no transporte coletivo da Região Metropolitana de Goiânia. Os responsáveis decidiram ignorar os reais problemas que afligem o usuário e optaram por adotar um revezamento de medidas inócuas ao funcionamento do sistema. De uma só tacada brotaram comerciais na mídia, algemas e bonecos nos ônibus. Uma tentativa desesperada de apontar as fraudes no sistema como responsáveis diretas pela acentuada queda na qualidade do serviço oferecido ao cidadão.
Respeito e dignidade
Em que pese o indiscutível prejuízo às empresas concessionárias do transporte coletivo, que pode ser amenizado com maior fiscalização, tudo seria diferente se o usuário fosse realmente respeitado. Mais pessoas estariam utilizando o sistema se a quantidade de ônibus fosse ampliada, se mais de 1,2 mil pontos contassem com a cobertura necessária e se medidas estimulassem realmente o passageiro a fazer mais viagens em menos tempo. Ações consideradas óbvias, batidas, mas que serviriam para assegurar dignidade ao usuário.
Da vergonha ao…
A concretização ontem do esperado rebaixamento do Goiás – alguém acredita em milagre? – torna pertinente recordar que há quase dois anos o cenário era outro. O clube dependia apenas de suas forças para garantir uma vaga na Copa Libertadores da América. No dia 8 de dezembro de 2013 o Serra Dourada recebeu mais de 25 mil pagantes, que assistiram perplexos a humilhante derrota para o Santos por 3 a 0. Vendo a apatia e a falta de compromisso dos jogadores esmeraldinos em campo, boa parte da torcida cobrou vergonha na cara do elenco, dos dirigentes e prometeu não voltar tão cedo ao estádio.
… rebaixamento
Desde aquela data a diretoria do Goiás tentou retomar o elo de confiança com milhares de alviverdes contrariados. Em vão. O divórcio ficou configurado na decadente média de público nos anos seguintes e na cobrança por conquistas que superassem a combalida supremacia estadual. O Goiás paga hoje um alto preço pela falta de ambição no departamento de futebol. Como consolo irá reencontrar o empolgado Vila Nova na Série B em 2016, rivalidade que por hora é o único combustível capaz de mexer com o futebol goiano.
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