Servidor virou detalhe para Marconi
Em meio a uma semana recheada de Delcídio Amaral – escândalo do momento – e ofertas suspeitas de uma Black Friday pra brasileiro ver, o governador Marconi Perillo conseguiu a proeza de novamente atrair pra si os holofotes negativos. Falou e depois reiterou alguns impropérios contra a estabilidade do servidor público, direcionando ataques em especial aos professores. Típica reação de um governante que não engole questionamentos ao seu modo de administrar.
Contraditório que incomoda
Embebecido pelo quarto mandato, julgando-se o senhor absoluto pra definir o que serve e o que não serve na gestão pública, Marconi não abre mão de terceirizar o funcionamento das escolas. Como castigo aos professores, pra dar “um medinho” na classe, apontou o caminho da militarização e das OS’s. Era de se esperar uma reação à altura por parte da categoria. E ela veio no formato de manifestações na Praça Cívica e críticas públicas, situações que sempre tiram o governador do sério.
Mil e uma maravilhas
Do alto da importância de pré-candidato à presidência da República, pretensão que só é levada a sério pelo PSDB até o Rio Meia Ponte, Marconi recebe hoje título de cidadania no Rio de Janeiro. Depois será a vez de Belém (PA) e outras capitais. E no seu discurso Goiás experimenta verdadeiras revoluções em praticamente todas as áreas, algo que pode ser bom para o país.
Problemas não faltam
Reside aí o incômodo do governador. Ele se considera visionário, um homem à frente do seu tempo. Não pode perder preciosos minutos com meia dúzia de professores baderneiros, muito menos com uma extensa lista de questionamentos que atingem a sociedade goiana em geral. Entre eles: transferência do pagamento da data-base do funcionalismo para 2018 (quando já não vai mais estar no poder), obras paralisadas e outras sem manutenção adequada, ineficiência na prestação de serviços (Detran) e aumento de impostos.
Relação já foi de confiança
Imagem e semelhança do então governador Iris Rezende nas décadas de 1980 e 1990, Marconi Perillo tem certeza que Goiás ficou pequeno demais para suas pretensões. E não serão professores pelegos, ou mesmo o realismo da secretária Raquel Teixeira, que conseguirão mudar os seus planos. O humor do funcionalismo público passou a ser mero detalhe para o governador, algo inconcebível para quem já foi carregado por servidores em todos os andares do Palácio Pedro Ludovico Teixeira.
Discussão sobre isso post