Ruim de fala, Zé da empolgação
Em momentos delicados a única alternativa é torcer e pedir aos céus por mudança de rumo. Eis a expectativa do povo goiano em relação ao vice-governador José Eliton no comando da Secretaria de Segurança Pública. Em se tratando de avanço da violência, pior do que está, pode ficar sim. De nada adiantaria criticar as surradas frases utilizadas por Zé Eliton no seu discurso de posse. Entre elas, “violência existe desde Caim e Abel”, “tolerância zero com os criminosos” e “eu vou proteger os policiais”. Melhor considerar as palavras como entusiasmo de um “marinheiro de primeira viagem”.
Visão realista do desafio
O que mais importa agora é a disposição e a determinação do vice-governador em encarar o desafio. Somente o tempo vai dizer se ele terá o respaldo necessário de Marconi Perillo e a colaboração das Polícias Civil e Militar. O êxito de Zé Eliton, mesmo que parcial, representará novo fôlego para uma sociedade cabisbaixa e amedrontada. Sem objetividade e pragmatismo, o vice-governador apenas repetirá seu antecessor, delegado Joaquim Mesquita, e vai continuar enxugando gelo. Caso a cabeça de Zé Eliton esteja voltada para a sucessão de 2018, a bandidagem permanecerá reinando em Goiás.
Pé esquerdo
No trabalho e no lazer a bronca começou cedo para o lado do secretário Zé Eliton: assassinato de bombeiro na região norte de Goiânia e demissão de técnico e dirigente do Vila Nova horas antes do clássico com o Goiás.
LEIA MAIS: AGORA: Técnico do Vila Nova pede demissão
Solidão e teimosia no poder
Uma das preocupações básicas de qualquer governante é jamais emitir sinais de fraqueza. Nem que para isso sua imagem seja arranhada. A troca no comando da Secretaria de Segurança Pública já era esperada há meses. E por dezenas de motivos, um mais grave que o outro. Mesmo assim, Marconi Perillo relutou ao máximo em tirar Joaquim Mesquita e, sem muitas opções, improvisar o vice José Eliton na cadeira. O tucano deu mais uma demonstração do quanto os gestores se julgam acima do bem e do mal.
Sensação da caneta
O exemplo de Marconi é emblemático por se tratar de um governador no exercício do quarto mandato. Assim como ele, o ex-ministro Iris Rezende também hesitou em vários momentos quando se viu obrigado a exonerar companheiros leais em áreas estratégicas. Estamos falando de dois políticos com extrema obsessão pelo poder. Na linha inversa do apetite e do carisma, os petistas Dilma Rousseff e Paulo Garcia também revelam aptidão para o isolamento e a teimosia nas decisões. Resumindo: calejado ou novato, ninguém está imune à sensação que emana da caneta.
O céu é o limite
Duas notícias hoje deveriam afastar o cidadão comum do caminho das agências bancárias, mas a dependência e, em muitos casos a irresponsabilidade, impedem:
– Lucro do Banco do Brasil cresce 28% e atinge R$ 14,4 bilhões em 2015;
– Juros do cartão de crédito sobem para 439% e os do cheque especial para 292% ao ano.
Discussão sobre isso post