Nathália e Jéssica, meras estatísticas
A importância e a distância que cercam o Setor Marista, em Goiânia, do Jardim Tiradentes, em Aparecida, já são bem conhecidos. Nada adianta comparar comoção nos assassinatos, brutais e estúpidos, das jovens Nathália e Jéssica. Em pouco tempo a dor, a frustração e a tristeza vão ficar restritos aos familiares e amigos. E as mortes se transformarão em meras estatísticas, superadas por outros latrocínios na sociedade, infelizmente.
O preço da lentidão
Enquanto isso os protagonistas da segurança pública em Goiás priorizam nomes – Tolerância Zero – e ações midiáticas em tempo chuvoso como alternativas para minimizar a violência. Marconi Perillo e José Eliton pagam hoje um preço elevado pelo tempo perdido com Joaquim Mesquita, ex-rainha da Inglaterra na estratégia de combate aos bandidos. Qualquer avanço somente acontecerá em médio e longo prazos.
Lado mais fraco
E assim como ocorreu no episódio da Operação Monte Carlo, os auxiliares mais próximos do governador já plantam notas sobre eventuais mudanças nas assessorias setoriais de comunicação. Marconi sempre cobra uma equipe mais sintonizada e participativa, disposta a defender o governo com unhas e dentes. Mas qual jornalista é capaz de promover milagres? Enfrentar um debate onde a saia-justa, invariavelmente, é criada pela teimosia do inquilino do Palácio das Esmeraldas.
Nas nuvens
Não há um homem público mais leve e feliz neste momento do que o ainda ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Ele deixa a pasta nas próximas horas – vai para a Advocacia-Geral da União (AGU) – e se livrará, de uma só vez, das pressões de Dilma, Lula, PT, PSDB e da cobrança da Polícia Federal por melhores condições de trabalho e manutenção dos avanços obtidos com as operações em curso. Cardozo admitiu ter envelhecido 50 anos em 5 – 2011 a 2016.
Males para o bem
O fim da novela envolvendo o padre Luiz Augusto, conforme revelou hoje o colunista Caio Henrique Salgado em “O Popular”, sepulta a tese de que escândalos de grande repercussão não chegam a lugar algum. O religioso foi demitido da Assembleia Legislativa por receber 20 anos consecutivos sem dar expediente – algo em torno de R$ 1,3 milhão – e a mesa diretora negou recurso. Luiz Augusto não foi o único a cometer infração disciplinar, mas seu exemplo pode incentivar denúncias e inibir outros casos.
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O fiasco de Glorinha
Como comentarista da entrega do Oscar 2016, a atriz Glória Pires se revelou uma legítima comediante do programa Tá No Ar. Duas opções: ou estava contrariada com sua escalação pela cúpula da Rede Globo ou desejou chamar mais atenção do que Leonardo Dicaprio, o vitorioso da noite. Desinformada e desinteressada, Glorinha ensinou como um profissional não deve se comportar.
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