Cada um com seus problemas
O período de pré-candidatura eleitoral é o mais sensível a questionamentos. Nenhum postulante escapa ao rosário de incertezas que cerca o seu projeto, principalmente quando não há possibilidade de reeleição por parte do chefe do poder em disputa, muito menos um favorito disparado nas pesquisas. Essa é a realidade vivida em Goiânia no momento. Seis nomes se destacam, mas todos com a pulga atrás da orelha.
Iris Rezende (PMDB) – 82 anos de idade, 56 anos de vida pública, três vezes prefeito de Goiânia com boa aceitação e líder em todas as pesquisas eleitorais. A abrangência do currículo não é tudo. Carrega o peso do tempo de exposição, a forma conservadora como faz política e a rejeição de Paulo Garcia, seu sucessor. Costuma acreditar mais no feeling pessoal do que em pesquisas e ignora estrutura de campanha.
Vanderlan Cardoso (PSB) – Trajetória marcada por administrações exitosas em Senador Canedo e duas candidaturas ao Governo de Goiás que deixaram boa impressão no eleitor da capital. O empresário é uma incógnita, afinal nunca deixa claro o tamanho do seu interesse pela Prefeitura de Goiânia. Pesa contra ele a falta de um grupo político, troca frequente de partido e pouca contundência nas declarações.
Delegado Waldir Soares (PR) – Fenômeno eleitoral com quase 300 mil votos, o deputado federal aposta todas as fichas na força das redes sociais e na sua oratória para convencer o eleitor. Ampliou a coleção de adversários políticos ao criticar diretamente o governador Marconi Perillo, sendo obrigado a deixar o PSDB. Com Waldir Soares não tem meio termo: ou será um dos protagonistas ou o maior fiasco da eleição.
Luiz Bittencourt (PTB) – É determinado e tem o aval de Jovair Arantes para deslanchar postulação, mas não sabe até quando. O partido chegou a discutir, antes do lançamento da sua pré-candidatura, a indicação do vice na chapa de Iris Rezende e a possibilidade da filiação do delegado Waldir. Bittencourt corre contra o tempo e a desconfiança de alguns companheiros. A visibilidade do passado praticamente o obriga a aparecer bem nas pesquisas.
Giuseppe Vecci (PSDB) – Carrega o DNA tucano e a confiança das principais lideranças do partido. Mas para por aí. Falta-lhe traquejo político para mostrar que pode ir além dos planos de governo mirabolantes. O deputado federal também será obrigado a enfrentar o perfil oposicionista dos eleitores de Goiânia, que em sua maioria tem preferido evitar que o PSDB assuma as duas principais cadeiras do estado.
Adriana Accorsi (PT) – Terá o maior desafio da campanha: defender a desgastada gestão do prefeito Paulo Garcia e ainda apontar soluções aos problemas que ele pouco contribuiu para resolver nos últimos seis anos. Com experiência política limitada, a deputada estadual ainda será obrigada a carregar nas costas a ampla rejeição do Partido dos Trabalhadores e do Governo Dilma Rousseff, sobrevivendo ou não até a campanha.
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