Messimania é inimiga da pressão
O craque Lionel Messi afirmou que não pretende mais vestir a camisa da seleção argentina. Ninguém está levando a declaração muito a sério porque o jogador demonstrava um abatimento fora do comum após a segunda derrota consecutiva para o Chile, em cobranças de pênaltis, na Copa América. Mas a simples possibilidade aventada pelo meia do Barcelona foi de encontro ao pensamento do seu compatriota e ex-campeão mundial, Diego Maradona. “Falta personalidade ao Messi. Ele jamais será um líder”.
Fraqueza emocional
Maradona não é nenhum exemplo como homem, como cidadão, mas conhece muito de futebol. Seu comentário sobre Messi, o melhor do mundo na atualidade, resume a fraqueza emocional da geração midiática de chuteiras. Nela também estão incluídos Cristiano Ronaldo e Neymar. Excepcionais com a bola nos pés, excelentes em faturamento e nenhuma habilidade para lidar com a pressão por títulos em suas respectivas seleções.
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Desconfiança argentina
O português criou o arremesso de microfone ao lago, o brasileiro tem abusado dos palavrões nas redes sociais (e festas com garotas de programa) e o argentino, mais comedido, sinalizou a chance de jogar a toalha antes da hora. A justificativa de Messi é emblemática: “Foram quatro finais. Tentei o máximo. Era o que mais desejava (ser campeão pela Argentina)”. Não parece. O camisa 10 tentou muito pouco se levarmos em consideração aquilo que o futebol já lhe proporcionou. Reside justamente aí a preguiça que boa parte dos argentinos tem em relação ao ídolo de pouca pegada.
Falta tesão aos ídolos
É muito oba-oba falar em Messimania, Neymardependência e CR7 Neles. Os três, até o momento, não passam de craques de uma camisa só: a de seus clubes. Título em seleção que é bom, pra consolidar os laços com suas nações, nada de relevante até o momento. Ainda há tempo para reescrever a história, porém é nítida a falta de tesão das estrelas envolvidas. O trio parece satisfeito por carregar em seus currículos a conquista da Liga dos Campeões e do Mundial Inter-Clubes.
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Maradona, Figo e Pelé
Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar, aconteça o que acontecer, já atingiram o topo do futebol no planeta. Momento em que os desafios pessoais passam a fazer toda diferença. O argentino completou 29 anos na última sexta-feira, o português tem 31 e o brasileiro 24. Três jogadores amadurecidos, acostumados a decisões. Só mesmo o pavor das pressões inerentes ao futebol para tirar-lhes o prazer da conquista. Nessa hora o ideal seria resgatar um pouco do espírito competitivo de Maradona, Figo e Pelé. O trio de excelência ganhou bem menos dinheiro nos gramados, a projeção nem se fala, mas jogava com prazer e dedicação. Justamente por isso serão eternamente reverenciados.
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