Dilma caiu de vez. Como era esperado. Pelo placar de 61 votos a 20, o Senado Federal decidiu pelo afastamento definitivo da presidente da República neste histórico 31 de agosto. A ex-mandatária do país pagou um preço alto por sua aversão à classe política e por não aceitar conselhos de quem conhecia melhor a relação do Executivo com o Congresso Nacional, entre eles o ex-presidente Lula, seu criador.
Dilma cavou sua própria vala pública. Pedaladas, golpe e injustiça foram termos utilizados por parlamentares, de situação e oposição, simplesmente para administrar uma posição política contra a forma amadora e conturbada como a ex-presidente tentou conduzir o país logo após a reeleição.
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Dilma não é e nunca foi do ramo político. Escolheu muito mal ministros – Aloizio Mercadante é um exemplo clássico – e flertou com aliados de ocasião que posteriormente lhe viraram as costas, como o governador de Goiás Marconi Perillo. A petista abusou do direito de errar e não contou com ventos favoráveis na economia. A combinação de fatos negativos foi explosiva e resultou no fim da Era Dilma.
O peemedebista Michel Temer, agora presidente de fato e de direito, também não terá vida fácil em Brasília. Apesar da sua habilidade congressista, o novo mandatário afirma que seu foco não é a reeleição, mas age na linha oposta. Essa dubiedade pode abalar a relação com PSDB e DEM, partidos externamente importantes para a manutenção da governabilidade. Chegou o momento de descobrir qual faceta de Temer vai prevalecer: o presidente sóbrio e equilibrado ou o presidente marqueteiro que utiliza a cena do filho na escolha para suavizar sua imagem.
Ontem Dilma, hoje Temer. Sai a petista e entra o peemedebista. O que menos importa é o inquilino do Palácio do Planalto se não houver sintonia com o Poder Legislativo para a aprovação de matérias que promovam a retomada do desenvolvimento do país. Assim funciona o regime democrático que Dilma tentou ignorar. Ela terá muito tempo agora para refletir sobre os seus erros.
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