A frase é de um evangélico – pastor Gentil Oliveira, da Igreja Assembleia de Deus Ministério Bethel – mas poderia ter saído da boca de um católico, de um espírita ou de qualquer integrante de outra denominação religiosa: “Como os dois são evangélicos (Iris Rezende e Vanderlan Cardoso) e muitos têm simpatia ou alguma ligação política com ambos, acabam definindo de acordo com quem aparece na frente. Ibope e Serpes mostraram aí um aumento da vantagem de Iris, então há um movimento natural”.
O rompante de sinceridade do pastor Gentil Oliveira foi registrado pela repórter Fabiana Pulcineli na edição do jornal “O Popular” desta quarta-feira, 26. E deveria ser copiado por outros segmentos da sociedade civil organizada, evitando justificativas esfarrapadas para o óbvio: a movimentação natural em direção ao favorito é pela necessidade de acomodação de dezenas de ovelhas, ávidas por um cargo na Prefeitura de Goiânia. O pastor foi apenas “gentil” com a jornalista ao escancarar, de bandeja, aquilo que todos sabem, entretanto ninguém admite publicamente.
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E não se trata de implicância com o segmento evangélico, muito pelo contrário. Ele paga um preço alto por admitir movimentações que a os católicos, por exemplo, negam de forma veemente. Por muito pouco, aliás, o arcebispo de Goiânia dom Washington Cruz não emplacou o deputado estadual Francisco Júnior (PSD) na vice de Iris Rezende (PMDB). Também são objetivas as movimentações do padre Robson de Oliveira nos bastidores envolvendo o cenário político de Trindade, Goiânia e Governo de Goiás.
Pastor Gentil faz um bem danado aos eleitores quando abre o jogo sobre as reais intenções dos segmentos religiosos. Eles querem se dar bem, assim como o eleitor que espera até o último minuto para votar em quem, supostamente, vai ganhar. Hipocrisia seria um dos lados da história recriminar o outro.
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