Propina carioca com iniciais S e C no guardanapo
Com a prisão de Sérgio Cabral, ex-governador do Rio de Janeiro, acumula-se mais um destino inusitado para as propinas milionárias identificadas pela Operação Lava Jato: o cachorro quente da festa do filho de Cabral, no valor R$ 1,7 mil. Uma clara demonstração da criatividade política na pulverização do dinheiro público. Viagens internacionais, joias e roupas continuam liderando o ranking, entretanto crescem os gastos com confraternizações sociais identificados pela Polícia Federal e o Ministério Público.
A farra pode não ter se restringido aos governantes, familiares e assessores, mas também a pessoas próximas. Policiais e promotores investigam a origem do pagamento de um churrasco para 300 pessoas oferecido por um amigo de Sérgio Cabral na Barra da Tijuca. Sob o pretexto do comparecimento do ex-governador, que não se confirmou, o evento chamou atenção em virtude do excesso e da qualidade do cardápio oferecido. Convidados também se surpreenderam com a apresentação de sambistas renomados e a grande quantidade de recepcionistas, garçons e manobristas. Presente ao evento, um empresário goiano ironizou: “Só faltaram as iniciais S e C nos guardanapos”.
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Interdições e gambiarras em Goiânia
A capital dos goianos merece mais. Essa é a conclusão que se chega quando o noticiário informa a interdição por 10 dias da passagem pelo viaduto da avenida H, no Jardim Goiás, para intervenções emergenciais em sua estrutura. O alagamento naquele apertado espaço, próximo ao Shopping Flamboyant, ocorre há mais de uma década, porém o máximo que as autoridades municipais projetam é a recuperação dos danos causados no concreto.
Não se anuncia nenhuma medida a médio e longo prazo para ampliar a captação da água nas redondezas, uma tentativa óbvia de pelo menos minimizar os estragos para moradores e motoristas que transitam pelo local. Trata-se da histórica política do tapa-buraco, nada mais. Seja ele no asfalto ou no concreto que dá sustentação à ponte. Recentemente a Marginal Botafogo enfrentou outra interdição de quatro dias. Serviço frenético, trecho liberado. O problema maior lá permanece, intacto: o assoreamento da pista.
E de nada adiantam os constantes alertas de entidades da área de engenharia, como o Crea-GO. Só mesmo uma tragédia de grandes proporções, com vítimas fatais, poderá ser capaz de despertar a atenção de homens públicos que se negam a enxergar o óbvio. Sem um plano de drenagem urbana e determinação política para executá-lo, Goiânia passará a ser chamada de “ fazenda asfaltada – e alagada ”.
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