Michel Temer é refém da apatia e do medo
Se o presidente Michel Temer (PMDB) nadou de braçada no inferno astral da sua antecessora, Dilma Rousseff (PT), hoje é ele a bola da vez na bolsa de apostas dos pessimistas. Sem ações pragmáticas e ousadas, o marido de Marcela agarrou-se ao conservadorismo das frases de efeito em discursos que dão sono na plateia. Temer limitou-se a sorrir quando lhe sugeriram a adoção de medidas impopulares para superar os desafios econômicos e sociais que se apresentam. Pouco, muito pouco para quem desejou e lutou pela cadeira onde está sentado.
Gestão sem rumo
A poucos dias do término de 2016, o presidente permanece refém dos partidos, dos ministros, dos empresários, dos trabalhadores, da imprensa, enfim, gestor sem pulso para construir uma marca em sua administração. O ápice atingido pelo pai do Michelzinho foi criticar estudantes que tumultuaram a realização do Enem em vários estados, conclamando o direito de ir e vir de milhares de inscritos que tiveram as provas adiadas para dezembro. Temer não se dá bem com o improviso, mesmo estando há mais de meio século na vida pública.
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Popularidade na cabeça
Em que pese a boa vontade de grande parte da imprensa, o peemedebista teme ser hostilizado em viagens e nos eventos oficiais. Espalha-se pelo país, inclusive em Goiás, a prática da concessão de títulos de cidadania para homenagear Michel Temer. Dezenas permanecerão nas gavetas das Câmaras Municipais e das Assembleias Legislativas por fraqueza do interessado. O presidente se esquiva das agendas políticas afirmando que não será candidato à reeleição, entretanto popularidade é a palavra que mais sai de sua boca e dos ministros mais próximos.
Onde está o cão feroz?
O impeachment de Dilma Rousseff foi como um cavalo arreado que Michel Temer se apressou em comandar. Ele sabia de todos os coices que estavam por vir, mas vendeu o perfil de um jóquei experiente e preparado em função das provas que havia disputado na presidência da Câmara dos Deputados, no comando nacional do PMDB e na vice-presidência da República. Em linhas gerais: Temer se apresentou como um cão feroz e agora tem três meses para se desfazer da imagem de gato amedrontado. As manifestações populares estão voltando com força total.
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