As bizarrices de quem desvia dinheiro público
Não há limite para burrice em se tratando do desvio de dinheiro público. As operações da Polícia Federal e do Ministério Público Federal estão revelando o quanto é baixo o QI do governante esfomeado e de seus laranjas baratinados. Onde já se viu grupo criminoso, como no Tocantins, registrar lavagem de dinheiro em cartório. Ou mesmo auxiliares e amigos que aceitam transferir bens para seus nomes e depois devolvem o patrimônio sem receber, aparentemente, nada em troca.
Estratégias pífias
Os investigadores se impressionam cada vez mais com a cara-de-pau e as atitudes bizarras de quem estabelece como meta a picaretagem explícita. As joias, mansões, apartamentos, fazendas e cabeças de gado não são suficientes para ocultar tanto dinheiro desviado. Desta forma, onde esconder 10, 30, 60 milhões de reais? No Rio de Janeiro, Sérgio Cabral canalizou a grana para o escritório jurídico da mulher. No Tocantins, Marcelo Miranda optou por pulverizar os recursos ilícitos na conta de terceiros. Estratégias pífias que facilitam o serviço de qualquer rastreador de fortuna em início de carreira.
Fazendas no Pará
O que presidentes, governadores e prefeitos se negam a compreender é que nada mais fica camuflado na gestão pública. Dias, meses ou anos depois de praticada a ilegalidade, a podridão ficará exposta à opinião pública. Se a família de Marcelo Miranda possui mesmo 30 mil cabeças de gado no Pará, segundo maior rebando de acordo com a PF, gestor goiano do passado adquiriu duas fazendas milionárias, acima de suas possiblidades, no mesmo Estado. Três de seus ex-auxiliares também compraram propriedades rurais em condições que nem mesmo os parentes conseguem explicar.
Apetite do poder público
Empresários do ramo da construção civil, do setor imobiliário e das telecomunicações em Goiás perdem o sono quando é cogitada a simples possibilidade de uma investigação profunda em seus negócios. Extrapolaram o limite entre o público e o privado em quase 20 anos de convivência com o mesmo grupo político. Levado coercitivamente para prestar esclarecimentos na Operação Decantação, um grande empresário desabafou aos colegas numa mesa de restaurante: “Estamos pagando o pato por não contrariar o jogo do poder. Quem dita o apetite na relação é o poder público”.
No Rio de Janeiro e no Tocantins, até o momento, o exagero na intensidade da relação rendeu dezenas de prisões e milhões em bens bloqueados. Trata-se apenas da ponta do iceberg no universo de recursos desviados país afora. Ninguém é capaz de imaginar quantas operações ainda serão necessárias para limpar a crosta de sujeira instalada nos palácios governistas.
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